segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

#SEJAaLUZdoMUNDO

Hoje é o dia 12 do desafio mais lindo que eu já vi.  Começando no dia 1o de dezembro, a Igreja de Jesus Cristo desafiou o mundo a seguir o exemplo de Jesus por 25 dias.  A cada dia uma ideia de como espalhar amor pelo caminho e a meta de hoje é ensinar as pessoas como Ele fez.

E por que eu vim falar sobre isso agora? Pensei que retomar o blog seria uma boa maneira de ensinar as pessoas sobre Jesus Cristo.  Porque desde o início deste empreendimento aqui tenho procurado demonstrar a diferença que a fé em Cristo tem realizado na minha vida e também de alguns amigos.  Pois, como Ele disse:

17 Se alguém quiser fazer a avontade dele, bconhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo.
João 7:17

E é justamente essa aventura maior de fazer a vontade de Deus e saber por mim mesmo que Ele vive e fala para nós é o que eu tenho proposto.  Porque tem funcionado para mim por 22 anos e nada, nem herbalife, nem a qualquer produto da polishop consegue cumprir as suas promessas por tanto tempo assim!   

Esse link abaixo é do vídeo da campanha e já foi visto bem mais que 2 milhões de vezes no youtube. Mas caso ainda não tenha visto por lá ou pelos grupos de whatsapp da vida, recomendo fortemente aproveitar o momento para aquecer o coração por 2 minutos e 38 segundos.  Especialmente se você acabou de ler os horrores que a gente tem visto nos jornais, com certeza está precisando fazer isso por você mesmo!

https://youtu.be/WccayD45xgA

Nesse natal, permita-se experimentar andar pelos caminho que Ele andou.  Ele é "o caminho e a verdade e a vida", mas principalmente, a única luz para um mundo que anda tão em trevas.   







sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Uma Carta Para O Profeta

Duas semanas atrás, meu marido chegou da sua reunião com uma carta da primeira presidência da Igreja para as lideranças locais.  Quando ele me mostrou, senti um forte desejo de escrever para eles.

No dia seguinte, depois que coloquei as meninas na escola, o desejo pareceu muito forte: eu precisava escrever as coisas que estavam me afligindo.  Mas pensei comigo mesmo que era demais escrever para os homens que cuidam da Igreja inteira.  Considerei que talvez fosse melhor escrever para um dos Doze Apóstolos, já que eles eram pelo menos mais jovens!  

O fato é que eu escrevi tudo sem censura.  E saí de casa para fazer o que eu tinha que fazer.  De noite eu tive mais inspirações sobre o que eu deveria perguntar, mas relutei.  Depois de ter escrito tudo aquilo, parecia bastante óbvio pra mim que não era adequado importunar aqueles que tem coisas tão importantes com os meus problemas.  E deixei o assunto de lado.

Acontece que no último sábado tive a oportunidade de assistir a conferência geral da Igreja.  A cada seis meses as lideranças gerais da Igreja se pronunciam sobre temas variados conforme indicado por revelação.  São 4 sessões gerais, uma reunião para as mulheres e outras só para os homens.  



No final do sábado, após assistir duas dessas sessões, lembrei-me da minha carta.  E para meu total espanto, percebi que todas as minhas perguntas tinham sido respondidas através daqueles discursos.  Me senti extremamente grata por ter seguido a inspiração e colocado no papel o que estava guardado no coração.  E mais grata ainda por saber que Deus já sabia que eu receberia a resposta da boca dos profetas.

Sou muito feliz por fazer parte de uma Igreja que é guiada por pessoas que falam pelo dom e poder de Deus.  Convido você a escrever a sua própria carta para o profeta e depois ouvir as respostas nas palavras de seus servos inspirados no link abaixo.

https://www.lds.org/general-conference?lang=por

O Senhor nos ama e Ele deseja comunicar-se conosco!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Encontrar o Amor Nessa Vida

Essa foi uma semana bastante atípica.  Começou com uma tarde de segunda em uma capela me despedindo do irmão mais novo do meu avô.  Ali entre primos de quem eu sei tão pouco, me lembrei que no último dia 17 de setembro meu amigo Nagib Dias havia falecido e eu não tinha encontrado tempo para fazer aquele almoço que eu queria ter feito para ele.  E olhando ali para aquele tio que na verdade parece mais com meu pai e comigo do que com seus próprios filhos, percebi que nossas memórias juntos eram tão preciosas apesar de tão poucas.

Passei a semana com a mesma frase da música do Legião Urbana presa na minha cabeça:

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
Porque se você parar para pensar, na verdade não há" 

(E aqui coloco o link para quem quiser ouvir tudo!) 
https://youtu.be/bvIMBVBRpJU

Então ontem, quarta, eu tive oportunidade de colocar em prática o que eu aprendi naquela hora.  Foi aniversário da minha mãe, mas também era semana de prova da minha filha, palestra da escola que eu queria conhecer, último dia de inscrição de uma outra escola para a mais velha.  Minha mãe estava em Volta Redonda, e para ir vê-la eu precisaria me enrolar toda na rotina da semana.  Eu teria hoje mais prova da mais velha, dentista da mais nova, estudar para as minhas provas da semana que vem...



Pensei com meus botões: por que raios estar com minha mãe viva em um dia feliz não seria mais importante do que as coisas rotineiras da vida?  E que mania é essa que a gente tem de achar que um velório é mais importante do que um aniversário?  O meu versículo favorito ganhou então mais uma perspectiva para mim:


Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?
Mateus 16:25,26


Então sem mais me preocupar com minha rotina, busquei minha filha depois da prova e fui. Hoje corri de volta para ela fazer mais uma prova depois de um momento especial para todas nós.  Sei que essa é uma lição que eu espero ensinar para minhas filhas: que essa vida é uma passagem onde o nosso cronograma parece não encaixar com o das pessoas que mais importam.  Chegamos depois, partimos antes, ficamos para trás.  Hoje as pequenas vão ver a outra vó, que está de passagem no Rio de Janeiro.  E assim, de momento em momento, vamos perdendo a vida por amor e ganhando muito mais que o mundo inteiro poderia oferecer.






segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O Gato e a Oração da Fé

O Pai Celestial é um Pai cuidadoso e amoroso, sempre cuidando de nós. Ele está atento aos detalhes da nossa vida e sempre pronto para nos ajudar, sempre. 

Quando minha filha fez 3 anos de idade, ela ganhou um gato de presente. O Tom, nome escolhido por ela, não foi assim um desejo de todos já que meu esposo não é muito fã de gatos, porém foi muito bem recebido com apertos e amassos da nossa filha, que em troca recebia muitos arranhões e mordidas para todo lado. Mas ela o amou e sempre quis ter um gatinho, então estava muito feliz e realizada e nós, estávamos em parte.
Recentemente compramos uma casa, e depois de 3 anos juntos no mesmo local, começou todo o processo de mudança cansativo e estressante. O Tom teve que ser deixado para trás, por duas semanas, para depois ser levado para um lar habitável junto com as crianças.
No entanto, assim que nos mudamos o Tom desapareceu. Um dia, dois dias e nada! Mentalmente estava pensando em como dar a trágica notícia para minha filha, mas como ela não havia percebido a ausência, fiquei esperando o retorno do gato...
E nada.
No quarto dia minha filha se deu conta do ocorrido e chorou o dia inteiro. Eu já havia procurado e chamado pelo gato algumas vezes, mas decidimos procurar mais uma vez juntas pela rua chamando por ele (coisas que só uma mãe faz) mas não o encontramos. Chegou a noite e nada.
Estava tentando acalmá-la (mas por dentro já havia me despedido do Tom), dizendo que ele estava fazendo amizades, mas que estaria em breve conosco e etc., quando veio o pensamento: “Faça uma oração com sua filha”. Obediente ao sentimento, sugeri que fizéssemos uma oração para ajudar o Tom a voltar para casa. Minha filha aceitou de imediato e então me ofereci a fazer a oração.
Fiz uma oração pedindo que o Tom encontrasse seu caminho de volta e depois que terminei, minha filha virou e perguntou: “posso fazer uma oração também?”
“Claro!” Disse eu, animada por estar ensinando minha filha sobre como orar com fé nos momentos de necessidade. Então ela simplesmente disse:
Pai Celestial, pode trazer o Tom amanhã de manhã?”
Simples, direta e objetiva. Essa foi a oração da minha filha e depois foi dormir. E lá fiquei eu, pensando sobre o que iria acontecer... E se o gato não aparecesse? Como poderia explicar isso depois dessa oração? E a sua fé, como ficaria? Orei mais uma vez pedindo que o Pai Celestial nos ajudasse com essa questão e que fortalecesse minha fé, pois eu que estava tão confiante em ensinar sobre orar com fé, já não me sentia tão fervorosa como devia...
Quando foi 5 horas da manhã (cedo!), escuto um miado bem baixinho. Levantei num pulo e corri para a varanda, na esperança de ser o Tom... E era!!! Ele estava lá!!! Corri para buscá-lo, que estava numa casa ao lado e naquele momento entendi que não era minha filha aprendendo o princípio da oração da fé, mas eu que estava sendo ensinada.
Quando a Luiza acordou, ela disse: “Mãe, sonhei que o Tom tinha voltado pra casa!”  E eu pude dizer com muita alegria que seu sonho e sua oração tinham se concretizado.


São pequenos milagres como esse que revigoram nossa fé e o entendimento da grandeza do amor de Deus em nossa vida. Como me fortaleceu! Que sentimento de gratidão! E mais uma vez aprendi que Ele nos ama, e está desejoso de participar do nosso cotidiano, demonstrando seu amor nesses pequenos atos e nos fazendo entender que não estamos sozinhos nesta jornada. Podemos contar com Ele. Sempre.

Carla Miranda Pacífico
Estaca Campo Grande, Rio de Janeiro, Brasil.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ensinando a Escolher

Fui convidada pela Luciana para contar uma experiência que tive em minha vida em que o evangelho de Jesus Cristo teve alguma influência.  Sou casada e mãe de 3 filhos: o mais velho de 9 anos, o do meio de 5 e o mais novinho de 2.  Conto sempre com o evangelho de Jesus Cristo para me orientar a educá-los e a ensiná-los  princípios e valores cristãos.



Nas últimas férias eu, meu marido e meus filhos tivemos a oportunidade de passar alguns dias na serra.  Certa noite estávamos reunidos na sala, jantando uma sopinha quente que tinha feito.  Fazia frio e resolvemos acender a lareira para nos aquecer. Ficamos preocupados com as crianças e demos vários avisos de que eles não poderiam chegar perto do fogo.  Delimitamos uma área de onde eles não poderiam passar porque poderia ser muito perigoso.  Enfim, acendemos a lareira e ficamos atentos para que nossas instruções fossem cumpridas.  

Em um momento de descuido, nosso filho do meio ultrapassou o limite estabelecido e pegou uma brasa que obviamente queimou sua mão. Ele começou a chorar desesperadamente pedindo que  fizéssemos alguma coisa para que a dor que ele sentia parasse.  Tentamos acalmá-lo, meu marido desligou a TV e tivemos uma experiência em família onde tivemos a oportunidade de, através do evangelho de Jesus  Cristo, ensinar a nosso filho princípios eternos como o pecado e suas  consequências.

Explicamos a nosso filho que, apesar das diversas advertências que ele recebeu de não mexer no fogo, ele escolheu fazê-lo; a consequência desse ato foi a mão queimada e não havia nada que nós pudéssemos fazer para que ela fosse embora.   Temos o livre arbítrio e  podemos  fazer o que quisermos com ele, mas não temos controle algum sobre as consequências disso.  Assim como ele deveria ter seguido o conselho de seus pais, deverá sempre ouvir e seguir os conselhos do Pai Celestial para se manter sempre protegido de resultados indesejáveis.

“As escolhas certas, mesmo as triviais que fazemos diariamente, tornam-nos livres e trazem-nos bênçãos" (...) “O cuidado que o Pai Celestial tem por nós é demonstrado de diversas maneiras, e tudo o que temos de fazer é ouvi-Lo e seguir Seus conselhos. Alguém disse: ´Se não escolhermos primeiramente o Reino de Deus, no final não fará diferença o que tivermos escolhido em seu lugar´." (Elder G. Larsen, "Livre Arbítrio, Uma Bênção ou um Fardo", Conferência Geral de Outubro de 1999).

Sou muito grata por sempre  me sentir inspirada e amparada pelo Pai Celestial na tarefa difícil de educar meus filhos à maneira do Senhor. Sempre que acho que não vou conseguir, sempre que estou exausta,  achando que estou no meu limite, o Senhor renova minhas energias e acalma meu coração.  Amo o evangelho, amo ser mãe dos meus filhos, amo minha família e não há nada neste mundo que me faça desviar ou abrir mão da tarefa que o Senhor me deu em Seu plano de cuidar da minha família. Trabalho para Ele, sirvo a Ele porque O amo e porque Ele vive!!!

Daniela Camargo
Estaca Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Vestido

Recentemente perdi uma pessoa muito querida e especial na minha vida. Não era ninguém da minha família, mas sentia como se fosse: minha professora da primária e seminário. Tenho 37 anos e ainda tenho esse apreço de chamá- la de minha professora. Tive muitas experiências espirituais com ela quando era criança e adolescente. Ela realmente tocou a minha vida! Acredito que tomei a decisão de ser professora por causa dela...




A recordação mais especial que tenho foi quando no momento que mais precisei e ela estava ao meu lado. Eu tinha 10 anos quando perdi meu irmão de 5 anos em um acidente de carro e, como membro novo, eu precisava de ajuda assim como os meus pais. Cecília era o seu nome e quando ela soube do ocorrido estava pronta a estar do meu lado. Eu estava tão triste e destruída por dentro que não tinha forças pra agir. Eu era uma criança! Como foi difícil! Sem esperar, ela veio nos visitar e com seu doce olhar disse palavras confortadoras pra mim e minha família. O que mais me tocou foi que ela chegou com uma caixa grande dizendo:

-- Andréa, eu trouxe um presente pra você e estou muito feliz por ser sua professora da primária. Eu amo você!
Quando eu abri a caixa era um vestido! Que lindo vestido! Ele era rosa cintilante com mangas grandes e uma rosa pendurada. Naquele momento pra mim era o vestido mais lindo do mundo! A minha dor naquele momento tinha passado.

Eu já amava aquele vestido porque além de muito bonito era o que a sua filha Fernanda usava nos momentos mais especiais na igreja. Eu a achava linda naquele vestido... No meu momento de dor e desespero ela doou aquele vestido pra mim porque sabia que eu precisava mais do que ela. Eu e Fernanda somos amigas até hoje! Mesmo morando em outro país a nossa amizade sempre foi verdadeira e baseada nos ensinamentos de Cristo.
No velório da minha querida professora eu chorei como nunca. Não por ela ter partido, mas por tudo que lembrei dela na minha infância. Tão amorosa e dedicada a todos, ela conseguia trasmitir em seus atos o que o Salvador queria: "Amai -vos uns aos outros como eu vos amo".
De todos os presentes que já ganhei, o mais bonito foi aquele vestido dado com amor e carinho pra uma criança que precisava tanto. Obrigada por tudo, Cecília! Principalmente por ter ensinado a caridade como o puro amor de Cristo. Andréa Santos Estaca Andaraí, Rio de Janeiro, Brasil

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Diante de um herói

Ontem às 2 da tarde, quando voltávamos da Igreja na Freguesia, estávamos parados no trânsito para pegar a Avenida Ayrton Senna quando eu ouvi tiros.  Olhei para onde o som vinha e avistei do outro lado do canal um policial tentando se proteger atrás das árvores enquanto bandidos de cima dos telhados apontavam e atiravam sem medo.  Preocupada com minha filha, gritei para o meu marido que estava distraído e não percebeu a situação.  E, apressando para que ele andasse logo e nos tirasse daquele lugar que poderia ser o próximo alvo, vi um policial saindo de uma viatura andando resoluto em direção ao tiroteio.

Era domingo hora do almoço.  Provavelmente a família daquele homem estaria reunida e ele trabalhando.  Mas ele não estava caminhando para servir alguém em um restaurante ou tratar alguém em um hospital.  Sem nenhuma demonstração de hesitação e até com pressa, ele estava indo ajudar aquele colega que já estava no sufoco.  Comparei a coragem dele diante de algo tão difícil com o meu trabalho de funcionária pública onde eu ganhava bem mais do que ele só para mexer com papel e fiquei pensando na coisa estapafúrdia que é ser policial no Rio de Janeiro.  Orei por eles que estavam ali dando suas vidas para nos proteger.  E desde aquela hora o meu coração está cheio de gratidão e admiração por essas pessoas que arriscam suas vidas todos os dias.



Toda semana a gente recebe notícias negativas contra a polícia do Rio de Janeiro: acusações de racismo, truculência, corrupção.  Sei que a maioria é verdadeira mesmo! Mas uma pessoa que se propõe fazer o que eu vi aquele homem fazer ontem só pode ser doido ou santo.  E como santos são poucos, acredito que a gente tinha mais é que acolher e direcionar esses loucos dos quais nossa vida, nosso trabalho e todos os nossos outros direitos dependem.  Me senti culpada por todas as acusações que eu ouvi até hoje contra essas pessoas sem nunca tê-las defendido.  Eles erram sim... Enquanto nós, tão mais sensatos, jamais nos colocaríamos na situação que eles enfrentam diariamente.

Eu tinha ouvido naquela manhã na Igreja: "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (João 15:13)  E ali, no andar daquele homem, eu vi a palavra ganhar vida.



terça-feira, 23 de agosto de 2016

Os cachos do exemplo

É, o blog anda meio devagar.  Depois de excelentes contribuições que fizeram muito sucesso, não tive mais submissões de artigos ao blog.  E como a vida anda em um ritmo frenético, me senti justificada em deixar o assunto quieto por um tempo.  No entanto, o Espírito tem testificado no meu coração neste tempo de uma maneira muito forte que eu preciso ser um exemplo também neste assunto.

Esse ser modelo para alguém às vezes requer de mim mais trabalho do que eu gostaria.  Veja o meu cabelo por exemplo: desde que me casei tenho aderido às escovas e chapinhas pela praticidade.  Só quem tem cabelo crespo sabe como é não ter o direito de desembaraçar o cabelo sem antes lavar e condicionar e, claro, manter um penteado apoiada em um arsenal de finalizadores, óleos e afins.  Nem passava mais pela minha cabeça voltar a essa vida pois considero que existe muita coisa com as quais me importo mais!  Até que percebi que minha filha mais velha deu para reclamar do seu cabelo e dizer que não gostava mais dele.  O cabelo dela não é crespo como o meu, mas é bastante volumoso e tem muitos cachos de um tom castanho claro um tanto avermelhado que ganha muitos elogios por onde passa.

Nessas horas que a gente se descobre realmente mãe!  Vendo que a atitude de manter o meu cabelo natural se tornara uma questão de ensinar minha filha a se amar do jeito que ela é, deixei a praticidade de lado e estou naquela luta diária com o espelho que eu esperava nunca mais travar.  Na verdade isso só foi possível porque nos últimos seis meses não fui feliz em nenhum cabelereiro e estava justamente naquela hora decisiva em que retornaria ao meu antigo.  Acontece que desde o primeiro dia em que deixei o secador de lado, a menina não comenta mais nada sobre o seu cabelo. Às vezes reparo nela se admirando no espelho e se sentindo a garota linda que ela é.



Pensando justamente nisso, lembrei-me de quando nos batizamos na Igreja e minha vó ficou muito preocupada com essa nova religião que entrara na nossa vida.  Orando e preocupada, ela comentou com uma irmã na congregação dela que acalmou o seu coração.  Acontece que essa irmã era vizinha de uma família mórmon e tinha uma relação de amizade com eles.  Ela contou para minha vó que sempre que precisavam viajar deixavam a chave da casa com ela para que molhasse suas plantas.  Pela maneira que aquela família cuidava e mantinha seu lar, ela sabia que eles eram verdadeiros discípulos de Jesus Cristo e que a minha vó não tinha com o que se preocupar.

Essa família fez um grande bem para a minha e tenho certeza que eles nem suspeitam disso.  Sua vida foi a própria "carta de Cristo", "escrita, não com tinta, mas o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração" (2 Cor 3:3).  Espero que de alguma forma, a constância em testificar sobre a eficácia dos ensinamentos do Salvador na minha vida mostre algo para minha família e para os meus amigos que eu mesmo não sei o que é.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Momentos para se guardar

Esse mês viajei e fiquei enrolada com muitas coisas.  Por isso não pude continuar designando e convidando pessoas para escrever no blog.  Agora em casa, pensando em como eu faria para dar continuidade ao projeto, lembrei desse post que eu nunca publiquei, não sei bem o porquê.  Escrevi após a conferência de abril deste ano.
                                                   

Hoje de manhã, depois que lemos as escrituras juntas, ficamos enrolando na cama no quarto das meninas. Elas brincavam, se beijavam, se abraçavam... Em meio aquelas risadas e palavras de carinho, senti que estava presenciando um momento perfeito.  A alegria e a paz eram tão evidentes que bem que eu gostaria de guardar aquela cena em uma linda caixinha para ser aberta em horas de dúvida e tristeza.

Deixei as meninas na escola e voltei pra casa pensando em como nada poderia melhorar nem piorar aquela ocasião.  Não seria mais bonito com um papel de parede mais caro nem mais feio em um barraco.  Não seria mais agradável fosse eu obesa ou atleta.  Não seria mais emocionante em um resort no caribe ou em um lindo hotel de estação de esqui.  E o meu coração ficou cheio de uma maneira que só quem viveu esse tipo de momento pode entender, embora duvido que possa explicar.

Como todo ano, no primeiro fim de semana de abril, passamos tanto o sábado quanto o domingo dedicados a assistir a conferência geral da Igreja, quando os apóstolos e outras autoridades da Igreja nos falam a vontade do Senhor para a nossa vida hoje.  Estou cheia de gratidão pelas escolhas que me levaram a viver essas coisas.  Não sei onde estaria se minha vida tivesse tomado outro rumo, mas senti que nenhum outra maneira de agir poderia me trazer maior alegria do que viver esses princípios que me aproximam de Deus.

Fico pensando nos momentos em que me perguntei se deveria mesmo fazer a vontade do Senhor.  Sei que não viveria esse momento se não tivesse decidido ouvir a voz de seus profetas e desejar ter uma família e fazer dela a prioridade em minha vida.   Se eu estivesse hoje no meu trabalho eu não teria testemunhado isso.  Se eu tivesse optado me poupar dor de cabeça e ter uma única filha eu não teria visto nada disso.  Se eu tivesse me casado com alguém que não guardasse os mandamentos, eu não teria nenhuma dessas oportunidades.  Dentro do meu coração, as palavras da música que canto com as meninas ganharam muito mais significado:

Existe razão em nosso viver,
Existe um plano que nos fez nascer.
Por minha escolha a essa Terra vim,
E devo buscar o melhor para mim.

Esse plano eu vou cumprir,
A palavra de Deus vou seguir!
Vou trabalhar e sempre orar,
Seu caminho quero trilhar,
E a felicidade e paz não findarão jamais!

Sinto profunda gratidão a Deus pelo dom do arrependimento e a cada mudança que faço me sinto mais abençoada.




quarta-feira, 6 de julho de 2016

Um verdadeiro milagre

Eu tenho síndrome do coelho branco, sempre correndo de um lado para o outro atrasada.  E nessa afobação eu acabo deixando muita coisa passar pensando naquilo que eu preciso fazer.  No início de junho, a minha vizinha e amiga da Igreja veio me perguntar se eu já tinha visto uma família que catava lixo na nossa rua.  Ela me contou que estavam sempre lá pai, mãe e filhos em um estado precário de higiene, se alimentando do que encontravam e separando os recicláveis para vender por dinheiro.

Decidi passar a olhar a rua quando saía e não demorou muito eu vi a tal família.  Parei e conversei com eles, perguntando sobre sua experiência de trabalho e como poderia ajudá-los a encontrar um melhor.  Eles me falaram que tinham perdido seus documentos havia algum tempo e não tinham como ser contratados.  Era uma sexta e eles disseram que estariam ali naquele mesmo ponto da rua na segunda-feira.




Acho que eles não acreditaram muito no meu interesse.  Mas eu falei com os membros da minha ala (unidade de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) e na segunda-feira eu tinha bolsas e bolsas de doação para levar.  Tinha comida, roupas, material de higiene.  Quando me viram, sorriram mas logo se encabularam de estar dando biscoitos do lixo para seus filhos comerem na minha frente.  Fui com eles até um vendedor de quentinhas e comprei almoço para a família.  

O menino de 5 anos pulava que nem pipoca quando viu o que eu trouxe e o pai o animava ainda mais: como ele tinha sorte de tomar leite no seu aniversário!  Uma alegria que me atingiu como uma faca ao pensar nas minhas filhas.  Voltei para a minha casa, peguei uma roupa nova que tinha comprado para o meu primo e material de higiene, peguei brinquedos de menino com uma vizinha.  Levei essa pequena surpresa, dei-lhe um abraço apertado e falei para ele que tomasse um belo banho, colocasse aquela roupa novinha e brincasse com seus brinquedos.  

Desde então tenho acompanhado a família.  A cada semana foram muitas mudanças, ainda que sutis.  Me emocionei quando na semana seguinte encontrei o homem que comia do lixo agora manuseando tudo com luvas de borracha.  A cada semana mais limpos, a cada semana mais arrumados.  Conforme a sua aparência foi melhorando, mais pessoas passaram a reparar neles e lhes oferecer ajuda.  Até que hoje, para minha surpresa, encontrei com eles no mesmo horário e não os vi trabalhando na reciclagem.  Eles me avisaram que o pai conseguiu um trabalho!  E que vieram ainda precisando de ajuda porque o salário só vai cair no final do mês!

Esse milagre só aconteceu porque não apenas lhes demos comida.  Durante esse mês, as missionárias da Igreja os visitaram.  Eles receberam ajuda para encontrar trabalho, foram ensinados a orar a Deus e sobre o Livro de Mórmon.  A liderança da Igreja ajudou a dar entrada nos documentos.  Eles foram recebidos em casa e tratados como amigos.  Oramos, jejuamos por eles.  Não desistimos deles.  E a sua vida está mudando, pouco a pouco.  No próximo sábado seus filhos adolescentes serão batizados.  Eles estão cheios de esperança no futuro e muita gratidão.  Uma coisa linda de se ver!

Tenho muita gratidão por tudo o que tenho aprendido com essa família escolhida por Deus para me ensinar sobre como viver a vida.  Aprendi a prestar mais atenção nas oportunidades de fazer o bem.  Me dói só de pensar quanta coisa boa que eu deixei de viver porque estava apressada e simplesmente não vi a dor que eu poderia ter aliviado.  Ainda assim, me sinto imensamente grata por ter amigos maravilhosos que me mostram o que eu não consigo ver sozinha.  Sou feliz por fazer parte de uma comunidade de seguidores de Jesus Cristo que prontamente compartilharam de seus recursos para ajudar uma família carente e por líderes maravilhosos que deram o seu tempo para realizar esse grande trabalho.

Tudo isso me traz à mente as palavras de Nosso Senhor.
 34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por aherança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
 35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;
 36 Estava nu, e vestistes-me; aadoeci, e bvisitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.
 37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
 38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
 39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?
 40 E respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o afizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Mateus 25:34-40

O autor preferiu não se identificar.  Essa história aconteceu no Rio de Janeiro, Brasil.


quarta-feira, 29 de junho de 2016

Sobre o Amor e Antropologia

Como uma estudante de antropologia, é de se esperar e é esperado que conheçamos outras culturas, que nos interessemos por elas. Há um grande debate entre as pessoas nos dias de hoje sobre métodos, visões, crenças sobre qualquer atividade que somos sujeitos, como cuidar de crianças, ser esposa, ser saudável, entre muitos outros. Temos completo acesso a maneiras como outras culturas lidam com certas situações, a maneira como pessoas de outros continentes enxergam a maternidade e a família por exemplo. É normal do ser humano sempre enxergar a maneira como ele vive, os seus costumes, suas crenças e práticas culturais como sendo as mais normais, as mais lógicas e corretas. Entendemos que existem outras culturas, mas muito dificilmente entendemos que não existe maneira correta de fazer as coisas e praticar certos hábitos. Entendemos as diferenças mas não gostamos delas. O mundo seria mais fácil se todos pensassem igual, e fossem iguais, apenas com mínimos aspectos diferentes.
Quando fui fazer minha pesquisa de campo para minha tese de antropologia, eu decidi estudar imigrantes Mexicanos. Encontrei 4 famílias que aceitaram participar de 2 meses e meio de pesquisa. Tive que observá-los, fazer entrevistas, muitas entrevistas, e sem prejudicar minha pesquisa com a influência de minha opinião, tive que descrever exatamente como eles viam as coisas, seus costumes e valores, e práticas anexadas a sua cultura. Isso tudo para que eu pudesse entender se imigrantes eram realmente influenciados pela cultura do país de residência, abandonando então sua cultural de origem. Cheguei à conclusão que imigrantes não abandonam suas práticas, costumes, crenças, valores e visões culturais mesmo vivendo tantos anos em uma outra cultura. No início dessa jornada não tao fascinante, mas sim complexa e cansativa que é entender uma outra cultura sem prejudicar os resultados com meus julgamentos, não havia outra maneira de pensar a não ser comparar a minha própria cultura e depois compará-la a cultura local, que no caso era a Americana. Em minha mente eu fazia julgamentos, pensava que as práticas que eles faziam não era muito eficientes e corretas, ou até mesmo isso aconteceu ao conversar com eles sobre a cultura Americana. Há muita diferença entre Americanos e Brasileiros.




Isso também acontece na comparação a religiões. É fácil julgar outras crenças com pensamentos de que a maneira como as pessoas enxergam o mundo, Deus, e divindade é completamente equivocada e sem sentido. Só a nossa é a certa. Ao final dessa minha pesquisa, precisando aplicar métodos que tirassem meus julgamentos e não afetassem o resultado dela, eu consegui olhar o ser humano de uma outra forma, e por isso tive uma experiência fascinante no final. Sabemos que todos nós somos filhos do Pai Celestial, e que devemos amar a todos. Mas nunca ninguém nos disse que devemos amar as diferenças gritantes de um indivíduo e outro.


Achamos que devemos ser todos iguais na maneira que enxergamos a vida, que praticamos certos princípios e valores, como por exemplo como cuidar dos filhos, como as mulheres devem ser, responsabilidades de gêneros, entre outros. A experiência de ter que entender de perto uma cultura me fez enxergar algo belo. E com certeza isso aconteceu porque olhei com uma perspectiva divina, a influência do evangelho de Cristo, seu exemplo, seus ensinamentos e sua vida. O Senhor nos deu a bela oportunidade de sermos diferentes, praticarmos diferentes costumes e valores porque somos dotados de capacidades e inteligência. É lindo ver como as pessoas agem de acordo com seus valores. Elas enxergam um mundo diferente do nosso. Acreditam num mesmo Deus que nosso, mas seus costumes a essa crença são praticados diferentes. Eu passei a amar as pessoas, a não julgar o que é certo ou não, a respeitar que cada um tem uma visão diferente sobre práticas e valores, e não há sequer uma resposta certa para todas as coisas que nos rodeiam. Apenas uma resposta que sabemos ser a correta: Deus vive, e somos seus filhos. Temos capacidade de sermos que nem Ele é se buscarmos seguir seu exemplo. Nesse mundo ou em outro, continuaremos a ser diferentes, porque isso adiciona vida e progresso a nossa existência. Passei a amar as pessoas como elas são, suas opiniões, suas diferenças, crenças e costumes. Passei a enxergar o que o Senhor espera que enxerguemos: não importa nossa roupa, não importa como nos colocamos como mulheres dentro de nossos lares, não importa como demonstramos fé. O que importa mesmo é "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo". Deus ama os Indianos com suas vestimentas, os Polinésios com suas tatuagens, os Mulçumanos com suas túnicas, os Americanos com seu modo individualista. Não há maneiras certas, somos todos iguais perante Deus, e somos todos diferentes, e isso é belo.


Como uma antropóloga, o evangelho de Jesus Cristo me ajudou, e ainda ajuda, a não só analisar culturas e comportamentos de diferentes indivíduos, a não apenas descrevê-los e repassa-los, a não apenas achar belo mas ainda pre-julgar maneiras culturais diferentes a minha. O evangelho me ajudou a entender que a diferença individual e coletiva é a essência e a beleza de viver nesse mundo tão grande, de entender porque o Senhor permitiu que nos espalhássemos pelo mundo, que nos aglomerássemos em pequenas comunidades, tribos, vilas, e nações. Eu passei a amar mais ainda culturas e o ser humano por causa do evangelho de Cristo.


Cassia Reis

Estaca Georgia, Atlanta, EUA.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A Vida Em Um Passeio

Nesse feriado minha esposa e eu fomos levar a nossa filha, Amanda, de 5 anos, à praia.
Decidimos que iríamos a um ponto da praia do Recreio, próximo a nossa casa, mesmo sabendo que é um local onde o mar costuma ser revolto e as ondas costumam ser grandes, porque queríamos voltar logo e porque apenas queríamos que nossa filha gastasse um pouco de sua interminável energia correndo na areia.




Depois de alguns poucos minutos dirigindo conseguimos uma vaga para estacionar o carro e atravessamos a avenida a pé em direção à areia sem saber, ao certo o que esperar daquele ponto.
O início das brincadeiras foi um pouco conturbado, como esperado, com a Amanda, como qualquer criança, ansiosa por brincar e aproveitar cada espaço e cada segundo daquele momento sem se dar conta dos riscos envolvidos. O mar estava numa temperatura agradável e limpo o que o tornava muito convidativo apesar dos perigos que oferecia a todos e, especialmente, a uma criança. Uma bandeira vermelha do Corpo de Bombeiros sinalizava que o ponto que estávamos era perigoso para banhistas em razão da corrente marítima. O calor, já habitual para essa época do ano com a sensação térmica perto dos 50°, completava o cenário e a praia estava lotada.
Não demorou para que eu dissesse à Amanda que naquele momento, naquele passeio, mais do que nunca, ela tinha que me obedecer, prestar atenção à minha voz e não soltar da minha mão. Também estabeleci com ela uma área onde poderíamos brincar em segurança junto ao mar, onde as ondas chegavam já fracas e apenas molhavam a areia sem oferecer risco. 
Foi então que, ao dizer isso a ela, alguns pensamentos me vieram à mente. Me dei conta de que não era apenas naquele momento, mas em todos os momentos que ela deveria ouvir a minha voz e seguir o que eu lhe ensinasse. Em seguida pensei também que todos nós devemos sempre ouvir a voz de nosso Pai Celestial, segurarmos firmes na “barra de ferro” e permanecermos nos limites seguros estabelecidos por Ele.
Jesus Cristo, ao ministrar pessoalmente aos nefitas, ensinou: “E todo aquele que der ouvidos às minhas palavras e arrepender-se e for batizado, será salvo. ” (3 Néfi 23:5). 
Enquanto permanecermos agarrados à Barra de Ferro, que significa “a palavra de Deus, que conduz à fonte de águas vivas, (...) ” (1 Néfi 11:25) teremos a certeza que jamais pereceremos, “nem as tentações nem os dardos inflamados do adversário” poderão nos dominar até a cegueira, para levar-nos à destruição (1 Néfi 15:24).
Como ensinou a Sister Carole M. Stephens – Primeira Conselheira na Presidência Geral da Sociedade de Socorro, na Conferência Geral de Outubro de 2015: “Podemos ver os mandamentos como limitações. Podemos sentir que, às vezes, as leis de Deus restringem nossa liberdade, tiram nosso arbítrio e limitam nosso crescimento. Mas, ao buscar mais entendimento e permitir que o Pai nos ensine, começamos a ver que Suas leis são uma manifestação de Seu amor por nós e que a obediência a Suas leis é uma expressão de nosso amor por Ele” que declarou: “Se me amais, guardai os meus mandamentos”.
Diferente do que esta experiência que tive com a minha filha, esta vida não é um passeio. Entretanto, de modo semelhante, temos um “mar” de oportunidades convidativas para nos afastarmos do caminho seguro que nos levará à salvação. 
“Cada um de nós vem para este mundo decaído com fraquezas ou desafios inerentes à condição humana”. Sabíamos na vida pré-mortal, quando nos foi ensinado sobre o Plano de Salvação, o que passaríamos aqui nesta vida. Sabíamos que seríamos tentados e testados. Sabíamos dos perigos a que estaríamos sujeitos e prometemos obedecer. “Aprendemos que, se aceitássemos e seguíssemos o plano, precisaríamos deixar voluntariamente a presença do Pai e ser testados para mostrar que escolheríamos viver de acordo com Suas leis e Seus mandamentos. Regozijamo-nos com essa oportunidade e com gratidão apoiamos o plano porque ele nos oferecia um modo de tornar-nos semelhantes a nosso Pai Celestial e herdar a vida eterna. (Élder Robert D. Hales – do Quórum dos Doze Apóstolos – A Liahona outubro 2015.)
A todo o momento do nosso passeio na linda praia do Recreio tínhamos a liberdade para fazer algumas escolhas. Tínhamos a liberdade para escolher um outro ponto mais seguro, tínhamos a liberdade para brincar apenas na areia, para apenas molharmos os nossos pés na água ou ainda para nos arriscarmos a entrar naquele convidativo, mas perigoso mar. Felizmente decidimos por permanecer na margem, na areia, no local seguro e com isso fomos abençoados com bons momentos desfrutando da companhia um do outro sob o sol do verão ao cair da tarde.
Se tivéssemos sido imprudentes e nos arriscado ao entrar no mar, ainda que “apenas” alguns poucos metros, certamente nossas opções de escolha teriam sido drasticamente reduzidas e correríamos sérios risco de morte e sermos levados pela corrente marítima. 
Fiquei feliz ao ver que nossa filha fez a escolha certa mantendo-se o tempo todo agarrada à minha mão. Isso não a limitou de se divertir, não a limitou de aproveitar o passeio e voltar para casa em segurança.
De modo semelhante, ao guardarmos os mandamentos, orarmos pela manhã e à noite, sozinhos e em família, estudarmos diariamente as Palavras do Senhor que se encontram nas escrituras e nas palavras dos profetas modernos, aproveitaremos a nossa vida em sua plenitude e saberemos que estaremos em segurança trilhando o nosso caminho de volta ao nosso eterno lar.

Heron Polatti

Estaca Jacarepaguá, Rio de Janeiro, Brasil.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

E agora?

Pois é, eu parei de escrever.  Porque a minha meta era escrever por 12 meses.  E eu comecei em abril de 2015, logo em abril de 2016 a minha meta estava terminada.  E agora?



É aquela sensação que vem junto com o diploma, o fim da festa de casamento, a aposentadoria de uma carreira bem-sucedida.  O sabor da vitória costuma a ser seguido da dúvida que é importante de se responder.  E nesse tempo sem escrever eu me perguntei o que fazer desse projeto que eu acredito ser relevante para o mundo, ainda que o mundo ainda não saiba dele.

Por isso decidi escrever um post só para explicar a conclusão que eu cheguei.  Durante esse um ano eu escrevi sobre como as palavras de Cristo tem tornado a minha vida mais abundante e acredito ter conseguido mostrar como esse olhar tem trazido poesia para uma rotina tão conturbada de mulher do nosso século.  Entretanto sei que não só nós mulheres podemos experimentar a força e a alegria que vem de apreciar a vida na mais doce das companhias.

Resolvi que iria perguntar a alguns amigos se gostariam de escrever um artigo contando uma experiência em que a perspectiva do evangelho fez toda a diferença.  E vou publicar aqui no blog para vocês lerem toda semana uma resposta.  Eu sinceramente espero que vocês curtam.  Aqui no blog sempre tem poucos comentários, mas quando eu encontro as pessoas na Igreja e na rua sempre escuto incentivo e comentários sobre o blog.  Portanto a partir de semana que vem teremos esse novo formato que eu tenho certeza que será muito proveitoso para todos os que lerem.

Nenhum ser humano é simplesmente um ser errante aqui nessa terra.  Todos nós temos vivências espirituais diariamente, ainda que não estejamos cientes delas.  Experiências com o amor, a dor, o medo, a solidão, a amizade, a coragem... Embora vivamos em um mundo que insista que apenas a fome, a sede e o conforto sejam relevantes, nossa natureza divina não nos permite viver só nisso.  E independente de que caminho escolhemos, existe um Deus que está a par de cada uma das decisões da nossa estrada.

Meu grande conforto é saber que em nenhum momento podemos literalmente nos esconder desse Pai Celestial que tem tanto interesse em nós, seus pequeninos.   Sobre isso Jesus disse: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que Deus seu filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna" (João 3:16).

Declaro com toda convicção que sei que esse Deus é real e que Ele vive e reina sobre nós.  Jesus Cristo é seu Filho e nosso Salvador.  O Espírito Santo testifica dessas verdades e arde em meu coração.


segunda-feira, 28 de março de 2016

Porque Ele vive

Nesse domingo de Páscoa, depois de voltar da Igreja fiquei em casa com meus pais e minha vó paterna.  Minhas filhas fizeram uma grande festa com cada chocolate e deram muita alegria ao vovô e a vovó.  Comemos juntos e rimos de coisas que acontecem.  Foi bom passar um dia calmo.

Uma coisa me ocorreu ao olhar a minha vó e a minha bebê de dois anos interagindo.  De um lado, a menina parecia estar ganhando tudo o que a sua bisa perdia: a capacidade de andar com segurança, de cuidar de seu asseio sozinha... Enquanto uma acumula novas memórias, a outra a cada dia se desfaz de suas lembranças mais queridas, mesmo contra sua vontade.  Minha vó me dizia que o lado bom de ficar velho é justamente poder ver a sua família crescendo e eu concordei, ainda que lá dentro o pensamento me desalentava.

Minha gratidão pela páscoa aumentou muito ao considerar que a ressurreição de Cristo é a nossa única esperança para essa condição tão precária da humanidade.  Se verdadeiramente fôssemos fruto do acaso e tudo acabasse aqui, não precisaríamos nos inquietar.  Mas a experiência nos mostra que, muito mais que instinto, temos lampejos da eternidade que está em nós que não nos permite ignorar nosso caráter espiritual.  Uma eternidade fora do corpo, longe de quem amamos, em uma vastidão sem sentido seria realmente uma desolação sem tamanho.  

Por isso meu coração se enche de esperança com essas palavras:


Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão aperdidos.Se só nesta avida besperamos em Cristo, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito asaprimícias dos que dormem. Porque, assim como a amorte veio por um homem, também a bressurreição dos mortos veio por um homem.Porque, assim como todos morrem em aAdão, assim também em bCristo todos serão cvivificados.
1 Coríntios 15:16-22  

Muita gente acredita na ressurreição de Cristo mas não consegue aceitar que essa ressurreição está prometida para toda a humanidade, bons e maus.  A escritura no entanto é clara: os que morreram ressurgirão e se colocarão diante de Deus e receberão de acordo com aquilo que semearam nessa vida.  Uma leitura deste capítulo inteiro muito agregará aos que tem dúvidas.

Sou particularmente grata nesse momento pelo Livro de Mórmon, que fala de maneira clara sobre essas questões e torna os ensinamentos da Bíblia mais compreensíveis. 

https://www.lds.org/scriptures/bofm/alma/40?lang=por

Amo aprender sobre essa alegria, a de compreender que porque Ele vive, poderemos também reviver e estar na presença de Deus.  E o melhor de tudo isso, com nossas lembranças e com todo o vigor!

terça-feira, 15 de março de 2016

Operação Coelhinho da Páscoa

Hoje a minha filha mais velha veio me dizer bem séria que tinha descoberto algo muito importante: coelhinho da páscoa não existe.  Me explicou que são os pais que compram ovos de páscoa para as crianças no mercado e depois pintam as patinhas pela casa.

Confesso que eu fiquei decepcionada porque eu já estava antecipando gravar um lindo vídeo com a alegria dela ao achar o ovo do coelhinho. Perguntei a ela quem havia contado e ela me disse que ninguém.  Ela simplesmente observou que o mercado estava cheio de ovos de Páscoa e que o ovo que ela ganhou do coelhinho no ano passado também estava lá.  Além disso, as patinhas que estavam no chão no ano passado eram de tinta!  Ainda insisti que talvez o coelhinho teria sujado as patinhas de tinta no caminho.

--Tinta, mãe!  Onde que patinha do coelhinho sujaria desse jeito de tinta???  E a tinta ainda era da mesma cor da tinta que eu ganhei na festa de aniversário do Enzo.

Elementar, meu caro Watson!  Não havia como refutar mais essa.  E sei que não adianta pedir para não contar para a irmã caçula, ela vai fazer... Só espero que a pequena não entenda ainda:  quero salvar pelo menos uma lembrança dela acreditando no coelhinho!



Apesar disso tudo jogar areia na minha farofa, eu senti muito orgulho do discernimento da minha filha. Como é útil conseguir perceber aquilo que nos rodeia e reparar nos detalhes que denunciam aqueles que procuram nos enganar -- ainda que no caso dela ainda sejamos nós, seus amados e cheios de boa intenção, papai e mamãe.

Vivendo em um mundo cinza como o nosso, onde precisamos tatear para encontrar o certo e errado, esse dom é algo realmente algo que devemos pedir para nossos filhos. O apóstolo Paulo ensinou que em nossos dias as pessoas teriam "aparência de piedade, mas negariam a eficácia dela".  E em tempos de televisão, celulares e laptops, elas "entram pelas casas, e levam cativas mulheres néscias (sem discernimento)  carregadas de pecados, levadas por várias concupiscências (cobiça e anseio pelos prazeres do mundo)" (2 Timóteo 3:5-6).

Como sou feliz de ser uma mãe de uma pequena perita, que nada deixa passar despercebido.  E meu coração se enche de esperança em seu futuro e em tudo o que ela poderá realizar.