Confesso que eu fiquei decepcionada porque eu já estava antecipando gravar um lindo vídeo com a alegria dela ao achar o ovo do coelhinho. Perguntei a ela quem havia contado e ela me disse que ninguém. Ela simplesmente observou que o mercado estava cheio de ovos de Páscoa e que o ovo que ela ganhou do coelhinho no ano passado também estava lá. Além disso, as patinhas que estavam no chão no ano passado eram de tinta! Ainda insisti que talvez o coelhinho teria sujado as patinhas de tinta no caminho.
--Tinta, mãe! Onde que patinha do coelhinho sujaria desse jeito de tinta??? E a tinta ainda era da mesma cor da tinta que eu ganhei na festa de aniversário do Enzo.
Elementar, meu caro Watson! Não havia como refutar mais essa. E sei que não adianta pedir para não contar para a irmã caçula, ela vai fazer... Só espero que a pequena não entenda ainda: quero salvar pelo menos uma lembrança dela acreditando no coelhinho!
Apesar disso tudo jogar areia na minha farofa, eu senti muito orgulho do discernimento da minha filha. Como é útil conseguir perceber aquilo que nos rodeia e reparar nos detalhes que denunciam aqueles que procuram nos enganar -- ainda que no caso dela ainda sejamos nós, seus amados e cheios de boa intenção, papai e mamãe.
Vivendo em um mundo cinza como o nosso, onde precisamos tatear para encontrar o certo e errado, esse dom é algo realmente algo que devemos pedir para nossos filhos. O apóstolo Paulo ensinou que em nossos dias as pessoas teriam "aparência de piedade, mas negariam a eficácia dela". E em tempos de televisão, celulares e laptops, elas "entram pelas casas, e levam cativas mulheres néscias (sem discernimento) carregadas de pecados, levadas por várias concupiscências (cobiça e anseio pelos prazeres do mundo)" (2 Timóteo 3:5-6).
Como sou feliz de ser uma mãe de uma pequena perita, que nada deixa passar despercebido. E meu coração se enche de esperança em seu futuro e em tudo o que ela poderá realizar.
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