quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Encontrando raízes

Em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, da qual sou membro, temos a crença de que as famílias serão eternas nos céus. E esse princípio já me proporcionou diversas experiências de extrema felicidade e gratidão pelo evangelho do Senhor. Uma em especial me marcou muito e é dela que gostaria de falar hoje.

Na igreja existem membros voluntários que ajudam outros membros e até mesmo não membros a tomarem conhecimento acerca de seus antepassados. Eles também auxiliam na busca por registros e na construção de uma árvore genealógica. E eu sou um desses voluntários.

Por conta dessas pesquisas muitas pessoas que possuem descendência de outros países acabam querendo encontrar informações sobre seus antecessores para assim reconhecer uma segunda cidadania ou naturalização.  Em minha história de buscas fiz muitas ligadas à Itália, pois meus antepassados eram de lá. Então um certo dia duas irmãs não membros da igreja estavam procurando o registro de nascimento do avô delas italiano que havia se perdido com o passar das gerações. Foi então que decidiram visitar uma sede da igreja e me procurar para que eu pudesse auxiliá-las nessa saga.

Elas me contaram que já haviam conseguido com outros familiares o registro de óbito e o de casamento do avô delas, porém o de nascimento nunca foi encontrado. Elas me mostraram as certidões que tinham e, ao ler, vi que na de casamento constava apenas o nome da mãe e na de óbito também; o pai não foi mencionado em nenhuma delas, porém o nome da mãe estava diferente, dando a entender assim que eram pessoas distintas que o criaram e por isso ter ficado esses nomes. Uma informação no registro de casamento nos dava uma pista sobre o registro de nascimento Italiano, dizia que era de San Daniel.

Falando historicamente das imigrações, o estrangeiro que chegava aqui no Brasil apenas falava de onde veio e os oficiais anotavam na lista de chegada, sendo assim poderia ele ter falado o nome do comune (uma espécie de microrregião, como um bairro ou distrito), o nome de uma província, de uma região ou então do local onde de fato nasceu.
Sendo assim iniciamos nossa procura por lugares chamados San Daniel e para achar o registro de nascimento dele era necessário que soubéssemos o comune em que ele nasceu, pois lá era onde ficavam os registros. As buscas davam todas para a região norte da Itália, apareciam diversos comuni (comune em plural no italiano) e províncias. Porém nada de acharmos o registro.

Foi então que uma das irmãs falou: “Yuri veja se não está no mesmo comune que o seu antepassado”. O que para mim não teria como ser pois o nome do que meu antepassado nasceu era totalmente diferente. Mesmo assim fiz a procura.  Quando fui fazer a pesquisa lá tive uma surpresa, encontrei um registro de nascimento em que todas as informações que tínhamos batiam, o nome do avô delas, a data de nascimento e tudo mais. Mas não continha o nome dos pais.

Expliquei o que havia encontrado para essa irmã e mostrei o registro a ela e então ela me disse o seguinte: “Yuri eu tenho certeza que esse é o registro do meu avô”. Pouco tempo depois descobrimos o porque do nome San Daniel, na verdade tratava-se de um convento que se encontrava próximo ao comune.

Foi um momento muito emocionante e gratificante, ela me contou que sentiu seu avô a orientando durante a busca. Eu pude sentir a doce presença do Espírito Santo conosco naquele momento.





Yuri Zanini
Estaca Jacarepaguá
Futuro Missionário da Missão Itália Roma

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Carta de uma querida

Com a permissão da linda autora, estou publicando esse e-mail que me enterneceu o coração.

Olá, querida Luciana, saudade de você e sua família. 


Então, eu sou sozinha no evangelho do meu amado Salvador Jesus Cristo.  Vivo a cada dia e vivo sempre aprendendo mais sobre sua existência em minha vida e na vida das pessoas que estão a minha volta. Costumo dizer que o Livro de Mórmon é uma chave e sempre abre uma porta nova para mim. Eu amo esse livro sei ele realmente é verdadeira. 

Fui abandonada muito cedo pela minha família. E tive que aprender a ser adulta muito cedo. Tive que amadurecer e aprender a viver em um mundo que não fazia muito sentido para mim. Hoje com o evangelho eu tenho um mundo que para mim faz todo sentido. Não julgo meus pais por eles terem  me abandonado. Mas eu sempre quis saber o motivo de minha mãe ficar com todos os outros filhos e comigo não. Com minha família adotiva eu tive alguns problemas como rejeição. Mas eu sempre soube que eu tenho um Pai Celestial que me ama e que está sempre ao meu lado me dando forças para viver os desafios da vida.

Costumo escrever em meus diários meus poemas sobre a vida. Um dia um rapaz me perguntou: “Você escreve o que você viveu ou o que você quer viver?” Disse a ele que eu escrevo o que eu vivo e escrevo minhas experiências. Pois elas foram passadas mas serviram para eu ser alguém muito melhor. Sou grata por ajudar pessoas com meus poemas e minhas composições. Sou grata por poder sorrir para uma criança e arrancar um sorriso dela. Sou grata por poder ajudar meu próximo e amá-lo como eu me amo.  E sou muito mais grata por ter um Pai e uma Mãe Celestial que me amam e que estão sempre ao meu lado. 

Não sei o que seria de mim sem o evangelho. Joseph Smith foi e é um grande profeta. Eu sei que ele traduziu o Livro de Mórmon pelo poder e inspiração do Santo Espírito. Sei que ele foi e é um homem de Deus.

Eu espero voltar um dia a presença de meu pai, e poder abraçá-lo. Espero também encontrar meus antepassados, como meu avô que me ensinou tanta coisa e me deixou um legado.
Hoje me preparando para a missão sinto que não é fácil se manter firme. Satanás tenta nos tirar do foco a todo momento. Mas com uma firme oração podemos nos livrar dele. Eu sofro de ansiedade e isso está me atrapalhando no processo de ir servir uma missão. Já tenho todos os meus papéis prontos. Mas preciso cuidar de mim para poder cuidar de outras pessoas. Sei que o Senhor espera muito de mim e quer que eu seja um exemplo para seus filhos. Eu amo meu salvador.

Sei que Ele sempre está ao meu lado e sempre me ouve nos momentos de desespero quando a ansiedade me ataca. Sei que Ele deu a sua vida por mim e por todos nós. Sei que Ele está sentado a direita de meu Pai e está cuidando de cada um de nós. Eu o amo, amo muito!  Não há poema que possa explicar o meu amor e minha gratidão ao meu Pai Celestial. 

O evangelho trouxe luz a minha vida e eu espero levar essa luz ao mundo em breve. 

Um beijo querida, saudades.

Ana Carolina Lopes
Estaca Jacarepaguá
Rio de Janeiro, Brasil