terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Por amor

Esse sábado eu fui para a festinha de uma amiguinha da minha filha mais velha.  E no papo das mães, todas amigas, sempre surgia as férias escolares e todo o cansaço que elas representam para quem tem criança pequena.  E depois de alguma conversa eu e uma amiga rimos pensando em como ser mãe é tão difícil e mesmo assim é o que a gente mais recomenda para qualquer pessoa que perguntar.  Como explicar que os causadores dos nossos problemas são a nossa maior fonte de alegria?

É um daqueles mistérios que eu demorei muito para entender.  Durante esse ano, que de diversas maneiras foi o mais difícil da minha vida, eu me lembrava da minha vó Dorinha sentada no sofá da sala lamentando algumas decisões dos meus tios.  Ela sempre repetia variações dessa mesma frase "eu dei conselho, mas quem não aprende pelo amor aprende pela dor".  Ouvindo aquilo que ela dizia me parecia claro que o caminho mais fácil era ser obediente, ouvir os mais velhos, e que agindo assim eu seria poupada dos problemas.  Como eu estava enganada!

Olhando para trás, eu vejo que tirando um ou outro momento de crise, eu sempre procurei ser uma menina obediente e que ouvia meus pais e outras pessoas de confiança.  Normalmente, o que me era pedido era o mais difícil, o que me levou a testar meus limites.  Muitas vezes esse limite chegou antes da minha capacidade de superá-lo.  Quebrei muito a cara e me questionei.   Ouvi alguns conselhos errados e não consegui aplicar alguns dos certos porque estava tentando seguir muitos conselhos ao mesmo tempo.

Por esse motivo, ao longo de tudo o que precisei viver este ano, em muitos momentos eu sentia como se fossem minhas as palavras do pregador:


"Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o tolo anda em trevas; também então entendi eu que ao mesmo lhes sucede a todos.
 Pelo que eu disse no meu coração: Como acontece ao tolo, assim me sucederá a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então disse no meu coração que também isso era vaidade. Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo quanto agora há, nos dias futuros total esquecimento haverá. E como amorre o sábio? Assim como o tolo.Pelo que odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me parece penosa; porque tudo é vaidade e aflição de espírito."Eclesiastes 2:14-17
Tenho certeza que esse é um aprendizado que todo bonzinho vai ter na vida se for sua pretensão continuar bonzinho.  Os que não compreendem eventualmente se cansam e outros ainda nem tentam.  Porque o bem se faz por amor e isso, para meu desapontamento, nunca foi isento da dor.  Nos dias em que o desânimo parece ser maior do que eu, frequentemente vem a minha cabeça as palavras de Paulo:


"Porque, se alguém supõe ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra, e terá glória só em si mesmo, e não em outrem.
 Porque cada qual alevará a sua própria carga.
 Não aerreis: Deus não se deixa bescarnecer; porque tudo o que o homem csemear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
 E não nos acansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido."
Gálatas 6:3-5;7-9
Esses dias, cuidando das minhas plantinhas e ponderando discursos e escrituras que eu vi, entendi que é muito apropriado falar em plantio e colheita quando tratamos dos desafios da nossa família, profissão e de todos as outras coisas dignas que ocupam a nossa vida.  Porque assim como ninguém planta em um dia e colhe no outro, qualquer coisa que valha a pena requer do nosso tempo e do nosso esforço paciente.  Só se preocupa e se ocupa de ervas daninhas, pragas, predadores, adubação quem está a espera de uma colheita de algo bom.  

Essa é uma lição que quem nunca plantar nunca vai saber.  As durezas da vida daquele que semeia e cuida para ver a colheita vem acompanhada de muitos prazeres delicados, pequenos momentos que fazem tudo valer a pena.  Porque a vida vai ser difícil para todo mundo, seja você legal ou não!  Mas se escolher fazer valer a pena, esses momentos de aflição vão se alternar com momentos de deliciosa satisfação.

Na vida de mãe, essa satisfação vem de preciosos momentos com beijos, abraços, sorrisos, declarações de amor e gratidão.  



segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Vencendo a timidez

Essa semana eu fiz umas mudanças estéticas no blog!  Gostaram?!  Faz parte do meu processo de vencer a minha timidez e divulgar o trabalho que tenho feito desde maio deste ano. Talvez a palavra correta nem seja essa porque quem me conhece sabe que eu não sou nenhum pouco tímida.  Mas eu sou bastante insegura às vezes, especialmente quando o assunto é falar de coisas da minha fé.  Porque eu realmente não me sinto digna de representar a Igreja!  Eu sei de todas as minhas falhas, convivo com elas e sei que as pessoas ao meu redor também.  Minha principal preocupação é fazer o meu Salvador passar vergonha seja por causa das minhas imperfeições como discípula ou dos erros do meu português.



Mas tem ainda outra coisa que me incomoda muito: é a possibilidade de agir de forma hipócrita.   Por mim eu só falaria publicamente de alguma coisa quando eu tivesse respaldo moral para fazer isso. Ainda mais na internet, uma praça pública onde todos são vidraça diante de uma multidão com anonimato e pedras na mão!  Como vir diante do mundo e falar de coisas que para mim são tão sagradas?

Esse ano, entretanto, tenho aprendido coisas surpreendentes ao estudar as interações de Cristo com aqueles que ele chamou de hipócritas nos dias de sua pregação.  Percebi que agir de maneira diferente do que se acredita não é o que Cristo condenou com toda sua energia.  Na verdade, os hipócritas frequentemente condenavam Cristo justamente por andar com aqueles que eram os tais pecadores desprezados!

Quais seriam então os sintomas da hipocrisia?  Eu separei quatro que embora não sejam os únicos, são os mais recorrentes e fáceis de reconhecer em nós mesmos.  Enfatizo que pegar uma lista como essa e procurar encaixar nela outras pessoas que se conhece é tão hipócrita que eu deveria listar como o quinto sintoma.  Está pronto para ver se passa no teste?  Aqui vai!

  1. Hipócritas falam mal do que é bom.  Na época de Cristo, eles diziam "este não expulsa os demônios senão por Belzebu" (Mateus 12:24).  Hoje em dia continuam na mesma, nenhum ato de bondade é realmente bom pois eles sempre suspeitam de algum motivo sujo escondido por trás.  Eles costumam chamar os bonzinhos de sonsos, falsos, "santinhos do pau oco" e outras variações.  E claro que é fácil para aquele crente, fanático!  Doa para os pobres porque tem dinheiro.  Aquele outro ajuda quem precisa porque não tem nada melhor pra fazer.  E assim, ele diminui ou torna ruim toda iniciativa boa que se apresenta.  
  2. Hipócritas não fazem nada.  Sabe aquela pessoa que passa o dia falando mal de política mas já está com o título cancelado faz tempo?  Essa é uma atitude hipócrita que se repete em vários âmbitos, inclusive lá nos dias de Cristo.  Sobre eles o Salvador disse que "atam fardos pesados e difíceis de suportar e os põe sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com seus dedos querem movê-los" (Mateus 23:4).  Ou seja, o padrão do hipócrita é realmente bom, mas é difícil de atingir inclusive por ele mesmo, que não faz nem aquilo que está ao seu alcance.  Mas está tranquilo, ele não tem a menor intenção de mexer nessa casa de marimbondo mesmo!
  3. Hipócritas tornam tudo um bicho de sete cabeças.  Tudo bem que o ser humano tem essa tendência de complicar! Natural, normal, nós mulheres sabemos bem o que é isso.  Mas o hipócrita ama a complicação e o básico nunca vai servir para ele, que sempre torce o nariz.  Nos dias de Cristo, eles adoravam complicar vários mandamentos, como o do dia do sábado (Lucas 6:1-5).  Se o evangelho era o pique pega, o dos fariseus era o pique alto, pique parede, pique cola...     
  4. Hipócritas querem ser vistos.  Eles só se preocupam com aquilo que os outros vão pensar deles.  Aquilo que pode ser varrido para debaixo do tapete não ganha sua atenção.  "Amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,  e as saudações nas praças e serem chamados pelos homens" (Mateus 23:6-7).  Por causa disso  "limpam o exterior do prato e do copo" e deixam o interior cheio de coisas desprezíveis.
Na verdade vivemos em um mundo tão hipócrita que é impossível nunca agir assim de alguma maneira ou de outra.  Pois como ensinou Paulo "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23).  

Por isso que eu sou tão grata a Jesus Cristo que nos resgata de nossa fraqueza e de nossa maldade e nos mostra um caminho melhor e mais leve.  Podemos curtir e ser gratos com a bondade que existe no mundo, não precisamos duvidar dela!  Podemos buscar melhorar o nosso entorno e sentir a realização de fazer o bem.  A vida pode ser simples e a gente pode ser feliz assim.  E definitivamente podemos alcançar todo nosso potencial sem uma plateia que nos defina.  

"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32).

  

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Respirando Casamento

Eu nunca vi uma família tão cansada como a minha hoje de manhã.  Nem a bebê acordou no horário da mamadeira!  Depois de um final de semana respirando casamento, estava todo mundo super cansado.  É claro que para as meninas esse cansaço veio de muito brincar dos dois casamentos e no baile de sábado à noite.  Já nós adultos podemos dizer que nos divertimos muito sim, mas no desenrolar de tudo o que a gente tinha que fazer.  Isto inclui correr atrás das crianças que brincavam nas festas.

Na sexta-feira foi a vez de uma prima querida se casar.  Um evento que foi do jeitinho da noiva, cheio de detalhes e mimos de uma moça muito prendada.  Foi uma hora que teve muita emoção, recompensa para uma noiva que com muito esmero se preparou durante meses a fio.  No domingo casou uma jovem que eu cuidei como líder da primária e depois como adolescente na Organização das Moças.  Uma cerimônia que veio firmar a decisão de seguir o Salvador e fazer o que Ele requer, apesar de todas as circunstâncias que justificariam adiar esse passo.

Foi um final de semana cheio de muito amor e eu pude sentir no meu coração o que eu já entendia com a minha mente.  Cristo ama casamentos, todos eles!  Em um mundo que se preocupa tanto com listas de convidados, presentes e preparativos, vi que aos olhos de nosso Pai Celestial casamento se trata de apenas de duas pessoas: um homem e uma mulher que se amam e que decidem juntos formar um lar onde seus filhos possam habitar.  E a emoção que essa união traz, o amor e gratidão dos pais e do resto da família, a alegria dos amigos, a beleza da noiva, a ansiedade do noivo, são todos presentes de Deus.

Porque quem casa quer casa.  Quando Jesus foi se despedir dos discípulos disse: 

" Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vô-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. E se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também."João 14:2-3
E é esse amor que um homem precisa ter para se casar.  Me lembro quando recém-casados que a coisa que meu marido mais comemorava era não ter mais aquela hora da despedida de domingo à noite.  Imagino que é por isso que Paulo usou o Salvador como exemplo ao dizer aos maridos que deveriam amar suas esposas "como também Cristo amou a Igreja" (Efésios 5:25).



Mas as pessoas sempre complicam demais as coisas.  Existem tantas fórmulas para tantos gostos do que é um par ideal, a festa perfeita.  Mas a verdade é que casamento nasce da necessidade do outro, de querer levar pra casa, cuidar e não largar mais.  É um mar de rosas cheio de espinhos que não podem ser evitados.  É a empreitada mais feliz dessa vida mesmo com todos os seus desafios e muitas vezes fracassos.  
Recomendo a todos o casamento.  Não sei de alegria maior do que a de iniciar e manter uma família.  Sei que no fim dessa vida cada momento de dificuldade vivido no casamento será motivo de muito mais amor e gratidão.



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Como Uma Criança

Ontem foi o dia da minha reunião preferida na Igreja: a sacramental da Primária.  Desde que comecei a frequentar a Igreja me emociono com esse dia especial em que as crianças mostram o que aprenderam na Igreja durante o ano.  Elas cantam, falam escrituras, lêem versinhos e às vezes até se atrapalham ainda que cheias de fofura e, principalmente, do poder de Deus.  É uma hora carregada de sorrisos e de lágrimas de ternura.

Eu já participei como líder, mas  assistir como mãe é muito mais legal.  Finalmente a minha filha mais velha tem idade o suficiente de efetivamente participar, então foi muito especial para nossa família.  Nem imaginava que ela participaria tanto!  Foi surpreendente ver a pequenina falar na frente de todo mundo e nem esquecer a fala.  Eu nem acreditei que ela teria coragem de cantar sozinha.  Mas ela fez e foi lindo, assim como todos os outros fofos que dividiram o púlpito com ela.



O impressionante de tudo isso é sentir o progresso das crianças e ver que sua fé é algo tão autônomo da minha espiritualidade como mãe, ainda que reflita o que ela me vê fazer.  Hoje pela manhã, enquanto líamos da vida de Cristo no livro de João, aprendemos sobre Caifás.  Esse homem era um sumo sacerdote que servia no conselho entre os fariseus na ocasião em que Cristo ressuscitou a Lázaro.  Foi a partir de então que se propuseram a abertamente discutir a morte de Jesus e a reação de Caifás é a profecia que discutimos hoje:

"E um deles, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis,Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus, que andavam dispersos.Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem." João 11:49-53

Perguntei a minha filha sobre o comentário do evangelista quando explicou que o Salvador deveria padecer não só pela nação mas “também para reunir”.  Ela prontamente respondeu como sendo a coisa mais óbvia do mundo que era a Igreja.  A resposta dela imediatamente me trouxe a mente os ensinamentos de Paulo aos Efésios no capítulo 5 (versículos 25 ao 27), quando o apóstolo pregou que Cristo deu sua vida pela Igreja.

Me assombra pensar na pessoa tão melhor do que eu ela está se tornando, apesar de ter que diariamente aprender comigo.  Aos 5 anos ela entende coisas que eu nunca tinha pensado em meus 34 anos de existência.  Meu grande medo ao considerar essas coisas é imaginar que eu possa com os meus erros e minhas falhas desvirtuá-la desses saberes tão preciosos que ela já está construindo dentro dela e substituí-los com minhas filosofias e achismos.  Definitivamente, as palavras do Rei Benjamim se aplicaram na minha vida como nunca antes:

 "Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai."
Mosias 3:19

Acredito que o maior desafio da minha experiência como mãe é me tornar uma criança e não fazer das minhas crianças adultos.  

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Fé Fundamentada em Respostas

Sempre fui muito curiosa:  se a curiosidade matasse não só os gatos, eu não teria sequer chegado aos 8 anos.  Toda a minha vida eu fiz muitas perguntas!  Tantas que a coitada da minha mãe só foi descobrir que as crianças tinham a fase das perguntas com a minha irmã, porque comigo isso era o normal.  Sim, eu era normalmente muito chata.

Mas hoje em dia eu aprendi a usar as perguntas ao meu favor.  Perguntar mostra o meu interesse no que a pessoa está me contando e como eu me importo com ela.  A maioria das minhas perguntas, no entanto, são de natureza mais profunda e o meu desafio foi deixar de fazer essas perguntas difíceis que me tornavam tão indiscreta!  Eu gosto de entender como as coisas funcionam e o motivo por trás de tudo.

Por tudo isso me deixa muito chateada quando eu ouço alguém dizer que o motivo de alguém se afastar de Deus é ser questionador.  Tenho que me controlar para não sentir o insulto. Porque em essência o que essa pessoa quer dizer é que quem está na Igreja simplesmente aceita tudo o que é falado como uma vaquinha de presépio.  Embora isso seja verdade para muitas pessoas, realmente não é verdade para todas.

Na Igreja de Jesus Cristo, a qual pertenço, isso é especialmente preocupante.   Porque o primeiro desafio que os missionários nos fazem é o de ler o Livro de Mórmon e perguntar a Deus se ele é verdadeiro.  Não nos interessa batizar pessoas que não tenham buscado essa resposta.  Sem essa confirmação do Espírito, ninguém será capaz de cumprir com o desafio do discipulado que se espera de um membro da Igreja.




Acho que a confusão vem da falsa ideia de que questionar e duvidar são a mesma coisa.  Não há nada de lógico nisso.  Existem perguntas que podem ser respondidas e acreditar nessas respostas não nos torna menos questionadores do que aqueles que não aceitam o que lhes é mostrado claramente.   É o mesmo caso da pessoa que vai ao médico, descobre que precisa se cuidar e não o faz.  Isso não a torna mais competente do que aquele que faz o que o médico prescreve e se cura.

Respostas só nos conduzem a fé quando são postas em prática.  Existem pessoas que acham que precisam de todas as respostas antes de fazer as coisas.  São aquelas acham que só podem comer saudável quando conseguirem um mestrado em nutrição.  Essas pessoas provavelmente nunca terão nem o vigor nem a forma física que almejam.  Eu, por outro lado, decidi colocar em prática uma resposta de cada vez e o resultado disso são 20 anos crescendo em fé em uma Igreja que é tratada com desconfiança ou desprezo por tantas das pessoas que admiro.

Não tem sido fácil.  Eu reconheço que muitas pessoas tem dificuldade de discernir respostas e isso é um problema que eu já tratei nesse post aqui.

http://www.vivendoabundante.blogspot.com.br/2015/07/quebrando-cabeca.html

Existem aqueles que ignoram as respostas que recebem e que dizem que Deus não lhes atende.  Eles desistem de Deus porque na verdade nunca tiveram mais do que uma curiosidade superficial, sem a mínima intenção de comprometer-se com algo mesmo que descobrissem ser a verdade por si mesmos.  E por causa desses, muitos dos que creem se sentem isolados e se perguntam se o que sentem e fazem é mesmo a loucura que dizem ser.  Para esses que sofrem com essas dúvidas eu relembro as palavras do profeta: 
Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos.
Todas as nações se congreguem juntamente, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isso, e fazer-nos ouvir as coisas antigas? Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem, e se ouça, e se diga: Verdade é.Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibais, e creiais em mim, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.
Eu, eu sou o Senhor, e além de mim não há Salvador.
Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus.
Isaías 43:8-12
Eu sei que Deus responde as orações porque Ele responde as minhas.  Eu sei que os conselhos dele são bons porque todos aqueles que eu segui me conduziram a coisas melhores.  Tenho a experiência de não seguir seus conselhos e perder oportunidades maravilhosas e me arrepender muito por isso.  Não sou melhor do que ninguém e digo que este privilégio está ao alcance de toda alma que decidir pôr a prova sua palavra.

Sou sua testemunha e sua serva, por escolha Dele e não minha, e sei e creio Nele e entendo que é o mesmo Deus de Abraão, Isaque e Jacó.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Problemas Modernos

Esse sábado tinha que me arrumar para o casamento de uma prima do meu marido.  Me deu saudade da época em que a gente podia usar os vestidos de festas em círculos diferentes como se fosse a primeira vez.  Agora com as redes sociais, todo mundo já viu todos os seus visuais possíveis!   Tempos atrás isso me fazia querer comprar mais vestidos, mas a essa altura do campeonato da minha vida decidi não ligar mais para isso.



Pois a vida moderna nos apresenta muitas situações novas.  Na semana passada a Igreja teve que fazer algumas adaptações para podemos permanecer firmes em nossas convicções sem causar dano ou desrespeitar os sentimentos alheios.  Mas a polêmica foi e está sendo bem acalorada.

Acontece que foi decidido que a Igreja não realizará bênçãos de recém-nascidos e nem batismos de filhos de casais homoafetivos sem a autorização da Primeira Presidência até que eles atinjam a idade adulta.  Ou seja, ao invés de simplesmente realizar essas ordenanças mediante o consentimento dos pais como antes, elas precisam passar por um processo para ser aprovadas daqui em diante.  Isto porque na prática, quando uma criança recebe um nome ou se batiza na Igreja, ela se torna um membro dela e a partir daí o casal homossexual vai passar a ser contatado pela liderança da Igreja regularmente -- uma Igreja que prega um estilo de vida diferente daquele que os pais praticam.  Ela vai ser ensinada por outras pessoas que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher o que provavelmente vai causar muito mais constrangimentos e sofrimento para essa criança ou jovem do que qualquer benefício espiritual.

Se eu fosse uma mãe lésbica eu me sentiria aliviada de saber que pelo menos uma igreja no mundo se mancou que não é legal dizer para uma criança que os pais dela estão errados.  Porque obviamente cada um tem o direito de escolher o que acha ser o certo, mas as crianças e adolescentes ainda estão na fase em que não estão seguras disso e sofrem com situações deste tipo.  Então eu certamente não acharia legal que alguém viesse na minha casa para ensinar coisas em que eu não acredito para os meus filhos.

E aí você pergunta: mas se essa criança chegou até ali é porque os pais querem que ela receba essas ordenanças, certo?  Exato.  Mas muitas vezes essa situação acontece porque amigos próximos ou familiares incentivaram a pessoa a tomar uma decisão que não era a melhor para sua família.  E aí quando a pessoa se dá conta disso, os atritos acontecem.   Através dessa medida a Igreja deixa claro que respeita as convicções dos pais e que nenhum de seus membros deve convencê-los do contrário.

Só que como todos esses problemas de família, nada é tão simples assim.  Acontece que existem famílias onde um dos pais é membro ativo da Igreja e compartilham a guarda de crianças com um ex-cônjuge que vive em um casamento ou mora com alguém do mesmo sexo.  Esses membros da Igreja podem se sentir oprimidos por ter que "pedir licença" para poder batizar seus filhos.  Meu coração fica apertado por essas mães e pais!  Apesar disso, sinto que essa decisão foi correta para a Igreja como um todo.  Porque é muito mais recorrente a gente se deparar com histórias de pessoas magoadas com uma pregação não solicitada do que o caso das famílias parte-membro que precisarão da autorização.  Além disso, por motivos práticos é mais fácil superar mal entendidos entre os que estão entre nós do que evitar os constrangimentos que podemos causar ao tentar ensinar jovens ou crianças em detrimento da educação que recebem em casa.

É importante lembrar que todas as bênçãos de saúde, de conforto e orientação podem ser concedidas a todos que tenham o desejo de recebê-las.  A entrevista com o Elder Christofferson, do quórum dos Doze Apóstolos, esclarece bem os motivos da Igreja.  Percebo em suas palavras a sinceridade dos seus argumentos.  Deus ama os pais e os filhos que essa medida afeta e nós precisamos respeitar os sentimentos de todos os envolvidos.  Em uma sociedade onde o normal é um lado atacar o outro, é bom quando alguém levanta a bandeira branca e reconhece que as razões e os direitos dos outros são tão importantes quanto os nossos.

https://youtu.be/iEEMyc6aZms



sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Sobre a gratidão

A coisa engraçada de ter pais jovens é lembrar bem dos pais na sua idade.  Certamente este não será o caso das minhas filhas!  Nessa última segunda fiz aniversário e observei minhas pequeninas tão felizes de cantar parabéns para a mamãe.  Foi uma alegria incrível durante todo o dia.




Essa alegria foi mesmo marcante porque o meu aniversário de 33 anos foi muito diferente.  Ter a mesma idade que Cristo tinha quando faleceu me fez ponderar muito sobre o que eu havia feito da minha vida.  Afinal de contas, meu Salvador atingiu a perfeição e salvou a humanidade nesse tempo.  E eu?  Qual a minha contribuição nesses anos que eu recebi de presente?

Por isso e tantos outros motivos, esse ano que se passou foi de muito estudo, muita ponderação e, claro, muitas mudanças.  E no meu aniversário eu pude receber o amor e a aprovação de Deus por esse esforço.  Eu pude sentir de forma muito real algo que Deus tem mostrado para mim e que eu estava relutando em acreditar: que Deus é grato!

Como assim, grato?  Ele tem tudo.  Ele pode tudo.  Por que Ele seria grato a mim?!  Mas Ele não é grato a mim, exclusivamente.  Ele é grato por todos.  Por cada dia que você deu o assento para uma pessoa cansada, grávida ou idosa.  Por cada pessoa que você deixou passar na sua frente só porque ela estava com pressa e você não.  Por cada vez que você deu água para aquele morador de rua.  Por cada dia que você cuidou da sua família mesmo sem receber reconhecimento de ninguém. Por cada palavra zangada que você se recusou em soltar por amor ao que te ofendeu.  Em um mundo onde é tão fácil ser pequeno, por um momento você escolheu ser grande como o Pai que te criou.  E Ele é tão grato por isso!


Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Mateus 25:34-40
Eu particularmente acredito que em algum momento de nossas vidas viveremos todas essas situações.  Sentimos fome, sede, precisamos de um lugar pra ficar, roupas pra vestir, adoecemos e ficamos presos em algum lugar (principalmente elevadores!).  E aquele que apareceu nessa hora para nos ajudar é aquele que serviu de veículo para que o amor de Deus chegasse até nós.  Outras horas somos nós que encontramos nosso semelhante na sua hora de necessidade.  E assim, cuidando um do outro, damos prazer ao Deus que não faz acepção de pessoas.  Somos todos suas filhas e filhos.
Diferente de nossos pais terrenos, no entanto, Ele é perfeito.  Ele reconhece que em um mundo com tantas opções de fazer o que é errado e uma única forma de agir certo, é bem mais provável que a gente vá pelo caminho mau.  Ele se alegra com cada um de nossos acertos.  Sobre Cristo, Seu Filho Unigênito na carne, disse amorosamente que se comprazia Nele.    Nós podemos também agradá-Lo se atendermos ao convite do Salvador:
Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a vossa alma.Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.
Mateus 11:28-30
A cada momento que sinto Seu amor, mais sinto vontade de fazer o que Ele me ensina.  Deus é bom.  Ele é grato.  Que a gente aprenda com Ele a dizer obrigado e demonstrar de maneira mais genuína nossa gratidão por todos os que tornam a nossa vida mais leve de alguma maneira. 

Por que genealogia?

Nesse último sábado aconteceu o Dia de História da Família da estaca Jacarepaguá.  Para quem não sabe, estaca é o nome que se dá na Igreja para um grupo de unidades locais.  As congregações da Barra, Recreio e Jacarepaguá são organizadas através da estaca Jacarepaguá, que tem uma presidência e um comitê executivo coordenando 7 unidades.  Acontece que o meu marido faz parte desse comitê executivo e esse ano ele ficou responsável pelo Dia de História da Família.

E o que acontece quando um marido está responsável por alguma coisa?  Claro, virei secretária do evento!  Ligações, e-mails, convites... Sem contar nas horas e horas sem ele que estava envolvido nos preparativos além de fazer todas as outras coisas que ele faz.  Mas no caso deste evento, ele tinha toda licença do mundo para isso.  Porque eu amo genealogia de paixão e eu não só apoiava como cobrava que ele desse o seu melhor.  

Quando eu convidava as pessoas para o evento, ouvi muitas pessoas me perguntando porque eu gosto tanto de genealogia.  Particularmente, eu acredito que existem muitos motivos para se gostar de genealogia, ainda mais para uma pessoa que curte História como eu.  É emocionante aprender mais sobre mim mesmo ao descobrir as minhas origens.  É libertador entender melhor as fraquezas e as vitórias das pessoas da minha família por começar a enxergar as dificuldades que enfrentaram e as oportunidades que lhes foram negadas e que eu hoje desfruto.  Porque é fascinante situar minha família no tempo e no espaço da história do mundo e perceber como tudo aquilo que eu estudei na vida afetou a trajetória que me trouxe até este momento do jeitinho em que estamos.

Bom, mas isso explicaria o porquê de tantas sociedades e colégios de genealogia e quantas pessoas curtem isso como hobby.  Certamente todas essas são coisas que eu ganhei estudando a genealogia. Mas quando me perguntam o porquê do meu amor pela genealogia eu sempre dou a mesma resposta: porque eu acredito que as famílias podem ser eternas.

Já ouvi de tudo quando eu falo assim, mas a melhor resposta que eu recebo é "gostaria de acreditar nisso também".  Muita gente acha isso inacreditável.  Em resposta, faço minhas as palavras do apóstolo Paulo:
Por causa disso me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
Para que Cristo habite pela fé no vosso coração; para que, estando arraigados e fundados em amor,
Possais perfeitamente compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
Efésios 3:15-19

Sou profundamente grata pelo amor que recebemos do Pai ao viver em família e desfrutar de todas as emoções de ser filha, esposa, mãe, irmã...  Mas realmente, o saber dessa questão da eternidade das famílias precisa ser recebida pelo poder do Espírito Santo em nossos corações.  E eu posso contar inúmeras ocasiões em que isso aconteceu comigo.

Esse sábado foi uma delas. Ao desfrutarmos juntos dos conhecimentos de genealogia, em princípio tão técnicos e tão práticos, meu coração foi invadido por gratidão e amor por aqueles que eu poderia vir a conhecer através das coisas que eu estava aprendendo.  Uma grande paz e um desejo de ser melhor me acompanharam de lá até em casa.  Foi uma ocasião muito feliz.

De todos os conhecimentos que recebemos com a restauração do Evangelho, certamente o que me traz mais alegria é saber que o amor entre marido e mulher, pais e filhos, é parte essencial do lar em que moraremos com nosso Pai Celestial, se formos fiéis.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Educar o coração

Esses dias estava trocando e-mails com uma amiga sobre problemas da vida e em dado momento falei sobre não chorar.  Minha amiga achou minha opinião forte demais:  como não chorar diante das coisas duras da vida?  Será que tenho que andar por aí reprimindo as minhas emoções?

Eu acabei mudando de assunto porque nada que eu falasse naquela situação cairia bem e ficar insistindo no assunto só traria mais tristeza para minha querida amiga.  Mas esse assunto ficou cozinhando na minha cabeça.  Porque quem me conhece desde sempre sabe que eu fui uma criança chorona.  Fui chamada incontáveis vezes de manteiga derretida!  Então como a menina que chorava por tudo se tornou uma pessoa que normalmente não chora é algo que eu gostaria de explicar.

Eu nunca tentei reprimir minhas emoções.  Eu nunca pensei "quando eu quiser chorar, vou segurar".  Eu simplesmente chorava e continuo chorando quando me dá na telha.  O que fez com que eu parasse de chorar foi aprender a entender melhor minhas emoções e a lidar com elas.  É lógico que pessoas com depressão e vícios tem limitações que essas minhas experiências em nada ajudam. Mas para a pessoa saudável, é sim possível controlar e administrar o próprio coração.  A meu ver ninguém pode se considerar amadurecido sem desenvolver esse tipo de habilidade.


Aprendi, por exemplo, o que me faz perder o controle.  Eu não consigo ter controle quando estou com muito sono, fome ou dor.  Então sempre que possível eu cuido disso para que eu tenha capacidade de encarar o dia da melhor forma possível.   Percebi que o exercício físico me dá mais calma para enfrentar as adversidades.  Gosto de tomar complementos vitamínicos para me ajudar a sentir mais disposição (e não, vitamina não engorda).  Um corpo saudável é mais fácil de suportar o dia a dia.

Mas eu não quero aqui dizer como a gente faz para conseguir alcançar o autocontrole.  Eu quero apenas dizer que é preciso e possível.  No meu caso, a minha capacidade de me controlar ainda não é perfeita mas ela já melhorou muitas vezes ao longo dos anos.  Mas isso jamais teria acontecido se eu não estivesse tentando fazer isso.  Quanto mais eu me conheço e busco entender melhor como eu mesma funciono, mais fácil fica buscar as coisas que me fazem bem e evitar aquilo que me faz mal.  

Quando eu era adolescente, uma das escrituras do curso do seminário que muito me marcou está nos conselhos de Alma a seu filho Siblon:


Usa de ousadia, mas não de despotismo; faze também com que todas as tuas paixões sejam dominadas, para que te enchas de amor; procura fugir da ociosidade. 
Alma 38:12

A cada dia me impressiono mais com o exemplo de Jesus Cristo.  É verdade que Cristo chorou e sentiu raiva em algum momento de sua vida.  Mas é também verdade que ele sempre se portou com ousada coragem diante da oposição.  Algumas vezes essa ousadia se manifestou na forma do mais sereno desprezo.  Hoje de manhã eu li com as crianças em João 8 a história da mulher que seria apedrejada.


"E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em aadultério;
E pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
 E na alei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isso diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E como insistissem em perguntar-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que dentre vós está sem apecado seja obprimeiro que atire pedra contra ela.
E tornando a inclinar-se, escreveu na terra.
Porém, ouvindo eles isso, e acusados pela aconsciência, saíram um a um, começando pelos mais velhos até os últimos; ficaram só Jesus e a mulher, que estava no meio.
E endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te acondeno; vai-te, e não bpeques cmais."

Imaginei a cena, o barraco armado, o bafafá da mulher que foi achada no flagrante, e mesmo assim ele na dele, escrevendo no chão, alheio a tudo aquilo.  As pessoas insistindo, raivosas e ansiosas pelo espetáculo cruel.  Ele levantando, respondendo e voltando imediatamente ao que estava fazendo, com a mesma calma que estava antes.  Isso é muito autocontrole, minha gente! 

Por isso eu digo: é importante educar o coração.  Um coração educado é mais capacitado para receber as orientações do Espírito Santo.  Emoções fortes não nos permitem sentir os delicados sentimentos que vem de Deus.   E quanto mais educarmos essas paixões, mais seremos capazes de conhecer a verdadeira alegria.




domingo, 18 de outubro de 2015

Aprendendo a viver sem pressão

Pois é, eu não escrevi ainda essa semana.  Estava tão ocupada e me sentindo bastante atarefada. Com dois feriados na semana com crianças em casa o dia inteiro é difícil para uma mãe de crianças ainda muito pequenas sentar no computador.  Estava tentando fazer tudo e não avançando na maioria delas e o sentimento de ansiedade começou a crescer ao ponto de me fazer mal.  

Como todo bom brasileiro, fui para o google!  Na terça-feira achei um teste de um site sobre saúde mental que tratava de stress e fadiga e fiz o teste.  Você era considerado estressado se fizesse acima de 19 pontos e eu fiz 35.  Quando meu marido descobriu que a pontuação máxima era 40, me deu os parabéns por ter quase gabaritado.  E eu fiquei analisando como eu poderia sair daquela situação. 




E só de sexta para cá as respostas foram chegando.  O Espírito Santo me mostrou que a raiz do meu estresse era não saber renunciar às escolhas passadas.   De primeira eu achei que não era bem assim, que eu sei fazer e aceitar minhas escolhas... Mas quando parei bem pra pensar, tive que concordar com Ele: não sou nada.  Eu quero escolher tudo ao mesmo tempo!  Quero ser empreendedora de sucesso, mãe dedicada, esposa atenciosa, discípula obediente, cidadã engajada, inteligente, bonita, sarada, com uma casa limpa e arrumada, falar com os amigos...  E muito embora eu trabalhe em todas essas coisas de alguma forma, na verdade o meu sofrimento estava vindo de buscar esse monte de coisas ao mesmo tempo.  Eu preciso focar melhor e não sofrer com a bolinha que eu deixei cair do meu malabarismo.

Então ontem eu achava que eu já tinha chegado na raiz do problema e só precisava trabalhar o meu psicológico nessas coisas.  Mas as palavras "não podeis servir a dois senhores" ficaram indo e voltando na minha cabeça.  E no caminho do cinema com o marido sem crianças ontem (sim!  milagres existem!) decidi não mais resistir a Deus e fui ver o que Ele queria me mostrar lá em Mateus 6.  Então eu li:


"Ninguém pode aservir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a bMamom."

O Espírito me fez entender então que isso é verdade para todos as escolhas.  Se eu faço a minha escolha e continuo "amando" as outras alternativas ao que eu escolhi, eu vou ficar oscilando entre amar e odiar a minha decisão, revivendo aquela escolha muitas e muitas vezes.  Voltei os meus olhos para o texto de novo e continuei:

"Por isso vos digo: Não andeis bcuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo,mais do que o vestuário?"

É, realmente, eu estou muito cuidadosa quanto a minha vida, tentando resolver o que o povo da minha casa vai comer, beber, vestir.  Aquela pilha de roupa pra passar parecia querer me engolir... E como se sentir relaxada quando somos sugados por uma rotina que é exigente e que não pára nunca? E assim comecei a conversar com o texto.


"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?
E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
E quanto ao vestuário, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;
E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca ?"
Tudo bem, eu sei que eu tenho que contemplar mais as obras de Deus e ser mais grata e reconhecer a sua mão na minha vida.  Eu sei que eu preciso confiar mais.  Mas no fim das contas sou eu quem tem que trabalhar para que as bênçãos cheguem.  E aí?
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?
(Porque todas essas coisas os gentios procuram). Pois vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas;Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas."
Priorizar e não me preocupar... Eu acho que eu consigo fazer isso.  Mas, espere aí, eu não busquei as coisas de Deus em primeiro lugar hoje!  Eu deveria agora estar cuidando da atividade de sábado que vem e estou aqui indo para o cinema.  E agora?
"Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
"Tá bom, amanhã a gente resolve isso", pensei.  E agradeci pelo Espírito Santo estar indo comigo ao cinema e ainda batendo um papo para que eu desabafasse e recebesse orientação sobre o que estava me afligindo.  

Chegamos ao Barra Shopping e assistimos o "Perdido em Marte" 3D.  Foi um ótimo filme, em ótima companhia!