segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Problemas Modernos

Esse sábado tinha que me arrumar para o casamento de uma prima do meu marido.  Me deu saudade da época em que a gente podia usar os vestidos de festas em círculos diferentes como se fosse a primeira vez.  Agora com as redes sociais, todo mundo já viu todos os seus visuais possíveis!   Tempos atrás isso me fazia querer comprar mais vestidos, mas a essa altura do campeonato da minha vida decidi não ligar mais para isso.



Pois a vida moderna nos apresenta muitas situações novas.  Na semana passada a Igreja teve que fazer algumas adaptações para podemos permanecer firmes em nossas convicções sem causar dano ou desrespeitar os sentimentos alheios.  Mas a polêmica foi e está sendo bem acalorada.

Acontece que foi decidido que a Igreja não realizará bênçãos de recém-nascidos e nem batismos de filhos de casais homoafetivos sem a autorização da Primeira Presidência até que eles atinjam a idade adulta.  Ou seja, ao invés de simplesmente realizar essas ordenanças mediante o consentimento dos pais como antes, elas precisam passar por um processo para ser aprovadas daqui em diante.  Isto porque na prática, quando uma criança recebe um nome ou se batiza na Igreja, ela se torna um membro dela e a partir daí o casal homossexual vai passar a ser contatado pela liderança da Igreja regularmente -- uma Igreja que prega um estilo de vida diferente daquele que os pais praticam.  Ela vai ser ensinada por outras pessoas que o casamento deve ser entre um homem e uma mulher o que provavelmente vai causar muito mais constrangimentos e sofrimento para essa criança ou jovem do que qualquer benefício espiritual.

Se eu fosse uma mãe lésbica eu me sentiria aliviada de saber que pelo menos uma igreja no mundo se mancou que não é legal dizer para uma criança que os pais dela estão errados.  Porque obviamente cada um tem o direito de escolher o que acha ser o certo, mas as crianças e adolescentes ainda estão na fase em que não estão seguras disso e sofrem com situações deste tipo.  Então eu certamente não acharia legal que alguém viesse na minha casa para ensinar coisas em que eu não acredito para os meus filhos.

E aí você pergunta: mas se essa criança chegou até ali é porque os pais querem que ela receba essas ordenanças, certo?  Exato.  Mas muitas vezes essa situação acontece porque amigos próximos ou familiares incentivaram a pessoa a tomar uma decisão que não era a melhor para sua família.  E aí quando a pessoa se dá conta disso, os atritos acontecem.   Através dessa medida a Igreja deixa claro que respeita as convicções dos pais e que nenhum de seus membros deve convencê-los do contrário.

Só que como todos esses problemas de família, nada é tão simples assim.  Acontece que existem famílias onde um dos pais é membro ativo da Igreja e compartilham a guarda de crianças com um ex-cônjuge que vive em um casamento ou mora com alguém do mesmo sexo.  Esses membros da Igreja podem se sentir oprimidos por ter que "pedir licença" para poder batizar seus filhos.  Meu coração fica apertado por essas mães e pais!  Apesar disso, sinto que essa decisão foi correta para a Igreja como um todo.  Porque é muito mais recorrente a gente se deparar com histórias de pessoas magoadas com uma pregação não solicitada do que o caso das famílias parte-membro que precisarão da autorização.  Além disso, por motivos práticos é mais fácil superar mal entendidos entre os que estão entre nós do que evitar os constrangimentos que podemos causar ao tentar ensinar jovens ou crianças em detrimento da educação que recebem em casa.

É importante lembrar que todas as bênçãos de saúde, de conforto e orientação podem ser concedidas a todos que tenham o desejo de recebê-las.  A entrevista com o Elder Christofferson, do quórum dos Doze Apóstolos, esclarece bem os motivos da Igreja.  Percebo em suas palavras a sinceridade dos seus argumentos.  Deus ama os pais e os filhos que essa medida afeta e nós precisamos respeitar os sentimentos de todos os envolvidos.  Em uma sociedade onde o normal é um lado atacar o outro, é bom quando alguém levanta a bandeira branca e reconhece que as razões e os direitos dos outros são tão importantes quanto os nossos.

https://youtu.be/iEEMyc6aZms



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