segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Como Uma Criança

Ontem foi o dia da minha reunião preferida na Igreja: a sacramental da Primária.  Desde que comecei a frequentar a Igreja me emociono com esse dia especial em que as crianças mostram o que aprenderam na Igreja durante o ano.  Elas cantam, falam escrituras, lêem versinhos e às vezes até se atrapalham ainda que cheias de fofura e, principalmente, do poder de Deus.  É uma hora carregada de sorrisos e de lágrimas de ternura.

Eu já participei como líder, mas  assistir como mãe é muito mais legal.  Finalmente a minha filha mais velha tem idade o suficiente de efetivamente participar, então foi muito especial para nossa família.  Nem imaginava que ela participaria tanto!  Foi surpreendente ver a pequenina falar na frente de todo mundo e nem esquecer a fala.  Eu nem acreditei que ela teria coragem de cantar sozinha.  Mas ela fez e foi lindo, assim como todos os outros fofos que dividiram o púlpito com ela.



O impressionante de tudo isso é sentir o progresso das crianças e ver que sua fé é algo tão autônomo da minha espiritualidade como mãe, ainda que reflita o que ela me vê fazer.  Hoje pela manhã, enquanto líamos da vida de Cristo no livro de João, aprendemos sobre Caifás.  Esse homem era um sumo sacerdote que servia no conselho entre os fariseus na ocasião em que Cristo ressuscitou a Lázaro.  Foi a partir de então que se propuseram a abertamente discutir a morte de Jesus e a reação de Caifás é a profecia que discutimos hoje:

"E um deles, chamado Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis,Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação.Ora, ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus, que andavam dispersos.Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem." João 11:49-53

Perguntei a minha filha sobre o comentário do evangelista quando explicou que o Salvador deveria padecer não só pela nação mas “também para reunir”.  Ela prontamente respondeu como sendo a coisa mais óbvia do mundo que era a Igreja.  A resposta dela imediatamente me trouxe a mente os ensinamentos de Paulo aos Efésios no capítulo 5 (versículos 25 ao 27), quando o apóstolo pregou que Cristo deu sua vida pela Igreja.

Me assombra pensar na pessoa tão melhor do que eu ela está se tornando, apesar de ter que diariamente aprender comigo.  Aos 5 anos ela entende coisas que eu nunca tinha pensado em meus 34 anos de existência.  Meu grande medo ao considerar essas coisas é imaginar que eu possa com os meus erros e minhas falhas desvirtuá-la desses saberes tão preciosos que ela já está construindo dentro dela e substituí-los com minhas filosofias e achismos.  Definitivamente, as palavras do Rei Benjamim se aplicaram na minha vida como nunca antes:

 "Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai."
Mosias 3:19

Acredito que o maior desafio da minha experiência como mãe é me tornar uma criança e não fazer das minhas crianças adultos.  

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