domingo, 7 de fevereiro de 2021

Quebrada

Essa semana foi cheia das comemorações: na terça foi o nosso aniversário de casamento, na quarta o aniversário do nosso selamento no templo e, na sexta, os 7 anos da nossa filha do meio.  Certamente uma semana bem feliz e cheia de gratidão, só que, como normalmente é o caso, com uma apimentada.  

Acontece que no sábado de manhã eu tropecei em um bueiro.  Não daqueles do meio da rua, mas um daqueles da lateral.  Pra quem vinha da calçada não dava para ver e aqui onde a gente mora eles não são marcados como em outros lugares.  Quando eu pisei foi uma senhora torção!  Eu fui caindo e pensando "maaaaas justo agooooora que eu volteeeeei a dançaaaaaaar!" Eu mal tinha parado de me sentir dolorida das aulas de jazz que comecei em dezembro.

Bem assim.  Eu ainda dirigi pra casa porque felizmente foi a perna esquerda e o carro automático dá pra levar.  Coloquei gelo e fiquei quietinha com o pé pra cima o dia todo.  Meu marido queria me levar no médico mas, como essa já deve ser minha sétima torção na vida, eu tinha certeza que eu já sabia cuidar disso.  Falei pra ele comprar uma bota na Amazon e assim foi.  Eu ainda fiz as minhas comemorações - com apenas nós 5 porque o covid por aqui está em alta - com a bota nova fazendo estilinho com a de invernos passados.

Acontece que mesmo ficando o dia praticamente todo deitada e mexendo só o essencial, mesmo com gelo, anti-inflamatório, a bota, o pé pra cima, a coisa estava melhorando muito lentamente.  Quando chegou a quinta-feira uma ideia veio clara na minha cabeça: "isso é mais sério do que você pensa; você precisa de um médico."  Como aqui é complicado sair na semana com a escola, trabalho do marido, aula de dança das crianças, só fui no sábado.  A torção era realmente pior do que eu imaginei mas melhor do que eu temi quando reparei que não estava melhorando como esperado. 

Coisas que reparei essa semana: 

1.  Todos os meus filhos estão me imitando mancando.  Eles não podiam me imitar também guardando as coisas espalhadas pela casa?

2. Eu passava o dia atrás dos meus filhos (10,7 e 3 anos).  Passando o dia no mesmo lugar, reparei que eles só ficam onde eu estou.  

3. Essa torção respondeu as minhas orações.  

Claro que eu não estava pedindo pra me machucar.  Mas eu estava me sentindo cansada, preocupada em como eu não consigo colocar a minha família pra me ajudar com as tarefas domésticas e querendo saber como ficar em casa se eu já não aguento mais.  Basicamente esse pé fora de combate tira toda e qualquer vontade de ir pra rua e a minha casa está um caos que só a minha família tem como resolver, já que eu nem posso ficar muito tempo em pé.  Agora serão mais 6 semanas que a única coisa que eu posso fazer é ficar com o pé pra cima.  

Hoje eu já até reparei que aqueles círculos escuros embaixo dos meus olhos sumiram.  Eu realmente estava precisando de uma semana sem ficar pra lá e pra cá.  Acho que o apóstolo Paulo tinha toda razão quando disse:

"26 E da mesma maneira, também o Espírito ajuda as nossas afraquezas; porque não sabemos o que havemos de bpedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com cgemidos inexprimíveis.

27 E aquele que examina os corações, sabe qual é a intenção do Espírito; porquanto ele, segundo Deus, aintercede pelos santos.

28 E sabemos que atodas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito."

Romanos 8:26-28

Então apesar dos perrengues que essa lesão tem me trazido, eu tenho me esforçado para enxergá-la como uma oportunidade de fazer aquilo que eu não faria se ela não tivesse acontecido.  Resolvi olhar para ela como uma bênção e acho que enfim entendi um pouco mais sobre o que significa carregar uma cruz.


Essa sou eu tentando combinar as botas - a terapêutica e a de inverno :)



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