domingo, 25 de março de 2018

Invernando em Família

Pois é, a primavera chegou.  E eu nem acredito que sobrevivemos ao inverno de Utah.  Quando eu ainda estava no Brasil evitava pensar em como seria ter que fazer tudo em temperaturas negativas com um bebê carioca no colo.  Eu não contava, no entanto, com a ajudinha do aquecimento global.  Esse inverno foi perfeito para o primeiro de gente tropical como eu.  Nevou pouco, teve muitos dias de sol e deu até para sair de casa mais do que eu pensava.  

Fomos ao zoológico, ao aquário, ao teatro... Mas só passeamos intensamente mesmo quando a minha irmã esteve aqui por duas semanas.  Com ela fomos nos lugares que sem um incentivo externo não tínhamos conseguido ir ainda.  Patinamos no gelo, fomos ao parque olímpico em Park City, fomos aos museus da região, reencontramos velhos amigos.




Mas agora que o inverno chegou, eu tenho algumas certezas.  Uma delas é que, realmente, o urso tem que ser um bicho gorduchinho porque não é fácil ser fitness nessa terra em que até frango leva açúcar.  E a onda que eu segurei até a minha irmã chegar se foi com o tour gastronômico que a gente sempre faz quando a gente fica pouco tempo - mas que para quem ainda tem mais inverno pela frente, foi um atentado a silhueta.  

Já as outras são mais importantes.  Quando encontrei minha irmã no aeroporto, era como se nunca estivéssemos longe antes.  Arrisco dizer que parece que ficamos mais próximas por causa da consciência de que aqueles momentos em que estávamos juntas seriam poucos e preciosos.  É maravilhoso ter amigos, e sem eles a vida realmente não tem a mínima graça.  Mas tão vital quando esses outros laços são, não podem substituir um pai, uma mãe, um avô, uma irmã, um tio, uma prima...  Isso não significa que esses relacionamentos não podem ser ruins.  Na verdade, podem ser péssimos.  Mas a realidade é que toda oportunidade de ser feliz representa uma responsabilidade.  E como esses relacionamentos são insubstituíveis, como é grande o nosso dever de fazer com que cumpram o seu papel de acrescentar e embelezar a vida.

Nos últimos tempos tenho tentado implementar o seguinte conselho:
"A resposta abranda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira."
Provérbios 15:1

Brandura não é lá o meu forte,  mas o exercício tem sido interessante.  Ainda mais no meu papel de mãe, muda a dinâmica de toda a casa.  Não é fácil, mas tem valido a pena.


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