Enquanto eu fazia as coisas da casa me lembrei de uma história de quando nos casamos. Eu sempre chegava bem tarde do trabalho e o meu marido estudava à noite e muitas vezes eu tinha que cozinhar lá depois das 10. Em uma noite dessas eu me queimei cozinhando não lembro mais o que, mas foi uma queimadura bem feia e dolorida. Sempre tinha escutado minha mãe dizer para colocar na água uma queimadura, mas naquele dia eu resolvi inovar: coloquei gelo.
Exatamente como eu pensei o gelo aliviou imediatamente a minha dor, muito melhor do que a água o faria. Mas, para minha surpresa, quando eu tentava remover o gelo, a dor se tornava insuportável, muito pior do que a queimadura doera inicialmente. Então eu e meu marido começamos a buscar um meio de tratar aquela queimadura que agora doía muito mais. Ele buscava no google e eu aplicava; sacrificamos até uma babosa que tinha no canteiro, mas nada! Eu já estava chorando porque doía demais e eu não sabia o que fazer... E ainda estava morrendo de vergonha do meu marido de poucos meses e do meu papelão de criança com um machucado.
Enfim criei coragem e coloquei o dedo na água novamente. Encarei a dor, chorei quietinha e aos poucos a dor foi passando. Não foi fácil, mas quando a dor passou o alívio foi tanto que peguei no sono.
Essa experiência frequentemente volta a minha cabeça porque percebi que vivemos em um mundo cheio de gelo para nossas dores. Não a toa, quando o Salvador Jesus Cristo falou sobre os nossos dias disse:
"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará." (Mateus 24:12)
O amor se esfria porque evitamos os problemas ao invés de procurar resolvê-los através do arrependimento sincero. Vivemos em uma era em que não nos permitimos mais sentir nossas dores, aplicando o gelo que não cura, apenas nos distrai. Se estamos sem dinheiro, ao invés de buscarmos reduzir mais os nossos gastos, pegamos um empréstimo atrás do outro e incluímos o cheque especial no nosso orçamento. Se estamos sem amigos, não precisamos mais vencer nossa timidez ou procurar ser mais agradáveis: podemos encher nosso tempo com jogos de vídeo-game e amigos online. Se não temos mais o diálogo no casamento, não precisamos sofrer pensando em como nos achegar a nosso cônjuge, podemos desabafar toda nossa mágoa com alguém que nos entende muito melhor no whatsapp. E por que tentar fazer um relacionamento dar certo? Podemos buscar um novo amor sempre que o atual não nos servir mais. Será mesmo?
Nos esquecemos que o amor é aquele que "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1 Coríntios 13:12). Podemos e devemos escolher o caminho melhor, que é respirar fundo e vencer nossos desafios usando água ao invés de gelo, lavando o que está sujo, regando aquilo que já se secou, alimentando o que parece estar morto. Mas que água é essa?
Essa água é o evangelho de Jesus Cristo. À mulher junto da fonte Ele disse:
"Mas aquele que beber da água que lher der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna" (João 4:14).
No Livro de Mórmon aprendemos: "Os anjos falam pelo poder do Espírito Santo; falam, portanto, as palavras de Cristo. Por isto eu vos disse:Banqueteai-vos com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer." (2 Néfi 32:3)
Na minha experiência ainda não encontrei nenhum problema que não pudesse ser resolvido com as respostas que recebi através da oração, jejum e do estudo regular das escrituras. Sou prova de que o Espírito Santo ilumina a mente daqueles que buscam insistentemente. Cristo é nosso amoroso Redentor e não há momento em que Ele não esteja disposto a nos acudir. Ele vive. A Bíblia e o Livro de Mórmon são sua palavra e nos ensinarão como conduzir nossas vidas de maneira agradável a Deus.
Adorei Lu, realmente vivemos com paleativos num mundo tão imediatista. Creio que o remédio que cura é como antibiótico, leva tempo e requer perseverança. Cristo tem o antibiótico, basta termos vontade e perseverar. Bj!
ResponderExcluirSim, Catarina! Não existe nada que Cristo não possa curar! Um grande beijo e saudades de vocês
ExcluirAdorei Lu, realmente vivemos com paleativos num mundo tão imediatista. Creio que o remédio que cura é como antibiótico, leva tempo e requer perseverança. Cristo tem o antibiótico, basta termos vontade e perseverar. Bj!
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